Por Tarek Amara
TÚNIS (Reuters) - O atirador tunisiano que atacou um hotel na sexta-feira matando 39 pessoas, na maioria turistas britânicos, provavelmente passou algum tempo em um campo de treinamento na Líbia e tinha estado em contato com militantes ao longo da fronteira, disse uma fonte do setor de segurança nesta terça-feira.
O ataque contra o hotel de praia Imperial Marhaba, na popular estância turística de Sousse, ocorreu poucos meses depois de militantes atacaram o Museu do Bardo, em Túnis, matando 21 pessoas e impondo um duro golpe ao setor turístico, vital para a economia do país.
Os investigadores estão averiguando se o atirador, o estudante Saif Rezgui, havia recebido treinamento em um acampamento militante jihadista na Líbia. As autoridades também prenderam outras três pessoas por ajudarem a planejar o ataque, disse uma fonte do setor de segurança.
"As investigações mostram que Saif Rezgui esteve em contato com terroristas na Líbia e provavelmente foi treinado em um acampamento na Líbia", disse uma autoridade à Reuters.
A Líbia está mergulhada em uma batalha entre dois governos rivais e suas facções armadas, o que levou o país a se tornar um alvo para os adeptos do Estado Islâmico e outros grupos jihadistas que se aproveitam do caos no país.
Os dois homens responsáveis pelo atentado ao museu do Bardo, em março, também tinham clandestinamente cruzado para a Líbia para treinamento, no final do ano passado, disseram os investigadores.
O homem que atacou Sousse foi morto a tiros pela polícia em frente ao hotel. O Ministério da Saúde da Tunísia disse nesta terça-feira que até agora identificou 27 corpos de vítimas do ataque na sexta-feira, incluindo 19 britânicos, três irlandeses, um belga, dois alemães, um cidadão russo e um português.