ISTAMBUL (Reuters) - Os turcos vão às urnas neste domingo para aquela que deve ser a eleição mais acirrada para o parlamento em mais de uma década, e o resultado das votações pode, por um lado, pavimentar o caminho para o presidente Tayyip Erdogan acumular mais poder, ou, pelo outro, encerrar um período de 12 anos de um único partido no comando do país, o AK, fundado por ele.
Na sexta-feira, um ataque mortal a bombas no sudeste do país, região majoritariamente curda, atraiu atenção para a oposição pró-Curdistão, que tenta entrar no Parlamento como um partido pela primeira vez.
As tentativas de sufocar a insurgência curda, que já dura mais de três décadas, ou de refrear as ambições políticas de Erdogan dependem justamente do destino que esse partido terá nas eleições.
Político mais popular e também divisor de opiniões na Turquia, Erdogan busca uma vitória expressiva para o seu AK de modo a ganhar poderes no comando da nação. Ele diz que uma Presidência executiva no estilo norte-americano é necessária para apoiar o crescimento da influência regional e da economia da Turquia, que é membro da Otan.
"Eles (adversários) dizem: 'Se o Erdogan conseguir o que quer, a partir do domingo ele não poderá ser contido'," disse o político em comício na província de Ardahan neste sábado. "Eles querem dizer na verdade que a Turquia não poderá ser contida."
No poder desde 2002, o partido AK deve, uma vez mais, ser o partido dominante no Parlamento. Mas alcançar a maioria das cadeiras pode depender de o Partido Democrático do Povo Curdo (HDP) não conseguir passar da barreira dos 10 por cento necessários para participar do Parlamento. Pesquisas de opinião põem o HDP ao redor deste patamar.
(Por Daren Butler e Ayla Jean Jackley)