ANCARA (Reuters) - A Turquia indiciou 28 pessoas nesta sexta-feira por suposta relação com o assassinato do embaixador russo em Ancara em 2016, identificando Fethullah Gulen, clérigo islâmico radicado nos Estados Unidos, como o principal suspeito do caso, informou a agência estatal de notícias Anadolu.
Andrei Karlov foi morto a tiros por um policial de folga quando discursava na abertura de uma exposição em Ancara em dezembro de 2016. O atirador gritou "Allahu Akbar" e "Não esqueçam Aleppo!" ao abrir fogo, aparentemente se referindo ao envolvimento da Rússia na Síria. Ele foi baleado pela polícia e morreu no local.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que o movimento de Gulen está por trás do assassinato, uma acusação que o clérigo negou. Erdogan também culpa a rede do pregador por uma tentativa de golpe militar em julho de 2016.
Gulen, que se autoexilou nos EUA em 1999, criticou o golpe e negou qualquer envolvimento. Autoridades acusaram o religioso e outras 27 pessoas de tentarem "revogar a ordem constitucional", "integrar uma organização terrorista" e de assassinato premeditado, disse a Anadolu.
Procuradores dizem que a organização de Gulen buscou desencaminhar as relações entre Ancara e Moscou com o crime. À época da morte de Karlov os laços entre os dois países já estavam tensos porque a Turquia havia abatido um avião de guerra russo sobre a Síria um ano antes. E relação bilateral, no entanto, vem melhorando continuamente ultimamente.
(Por Ece Toksabay)