Por Natalia Zinets
KIEV (Reuters) - Forças ucranianas disseram nesta quinta-feira que rechaçaram um ataque russo na região de Kherson, sul do país, enquanto o número de mortos pelo bombardeio russo na cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, aumentou.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, se reunirá com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, e o presidente turco, Tayyip Erdogan, ainda nesta quinta-feira na cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia.
Eles vão discutir maneiras de encontrar uma solução política para a guerra de seis meses e abordar a ameaça ao abastecimento global de alimentos e o risco de um desastre na maior usina nuclear da Europa, que foi tomada pelas forças russas.
A guerra obrigou milhões a fugir, matou milhares e aprofundou uma cisão geopolítica entre o Ocidente e a Rússia, que diz que o objetivo de sua operação é desmilitarizar sua vizinha e proteger as comunidades de língua russa.
"As forças russas conseguiram apenas avanços mínimos e, em alguns casos, avançamos desde o mês passado", disse o assessor presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych em um vídeo.
"O que estamos vendo é um 'impasse estratégico'".
O bombardeio russo em uma área residencial de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, na noite de quarta-feira, matou sete pessoas e feriu 16, informou o Serviço de Emergências Ucraniano.
"Este é um ataque desonesto e cínico contra civis sem justificativa", disse Zelenskiy no aplicativo de mensagens Telegram.
Uma pessoa foi morta e 18 ficaram feridas na quinta-feira em um bombardeio antes do amanhecer em outra área residencial de Kharkiv, afirmou o governador regional Oleh Synehubov.
O distrito sul do Comando Operacional das Forças Armadas ucranianas disse que as forças ucranianas mataram 29 "ocupantes" perto da cidade de Bilohirka, a nordeste de Kherson, além de destruir artilharia, veículos blindados e um depósito de suprimentos militares.
A Reuters não conseguiu confirmar de forma independente os relatos do campo de batalha.
Os combates em torno da usina nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pela Rússia, aumentaram os temores de uma catástrofe e Guterres disse que quer uma zona desmilitarizada.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que conversou com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, que estava pronto para liderar uma delegação à usina.
"Enfatizei a urgência da missão em lidar com as ameaças à segurança nuclear causadas pelas hostilidades da Rússia", declarou ele no Twitter.
O Ministério da Defesa da Rússia acusou a Ucrânia de planejar uma "provocação" na usina na sexta-feira, enquanto Guterres estiver visitando a Ucrânia, informou a agência de notícias estatal russa RIA.