KIEV/MOSCOU (Reuters) - Um tribunal da Ucrânia ordenou que o jornalista russo Kirill Vyshinsky fosse solto sob fiança e liberado da custódia, enquanto Moscou e Kiev realizam conversas de bastidores sobre uma possível troca de prisioneiros.
Vyshinsky, chefe da agência de notícias RIA Novosti, que tem apoio estatal russo, na Ucrânia, foi preso no ano passado e acusado de apoiar separatistas pró-Rússia. Vyshinsky pode ficar até 15 anos preso se for condenado.
O Kremlin disse nesta quarta-feira que Moscou saudou a decisão de libertar Vyshinsky, mas não quis comentar a possibilidade de um gesto recíproco de Moscou ou planos de uma troca de prisioneiros.
No mês passado, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que Kiev poderia soltar Vyshinsky se Moscou libertasse Oleg Sentsov, um nativo da Crimeia que se opôs à anexação russa da península e que foi preso em 2015 devido a acusações de terrorismo.
Forças ucranianas estão combatendo separatistas pró-Rússia na região de Donbass, no leste da Ucrânia, desde 2014, um conflito que já custou mais de 13 mil vidas. Combates esporádicos ainda ocorrem, apesar de um acordo de cessar-fogo.
A Rússia tem dezenas de detentos ucranianos do conflito, além de 24 membros da Marinha que foram capturados pela Marinha russa no litoral da Crimeia no ano passado.
Moscou disse que o processo contra Vyshinsky foi um ataque fabricado e com motivação política contra a mídia russa na Ucrânia.
Ainda no mês passado, uma autoridade ucraniana de alto escalão disse que Ucrânia e Rússia combinaram uma troca de prisioneiros, mas não informou uma data exata para a operação e disse que os procedimentos de preparação podem levar vários meses.
(Por Natalia Zinets e Maria Kiselyova)