Por Pavel Polityuk
KIEV (Reuters) - Ataques russos foram relatados em grandes áreas da Ucrânia nesta quinta-feira, com bombardeios e ataques de mísseis danificando infraestruturas, incluindo o fornecimento de eletricidade para a maior usina nuclear da Europa, disseram autoridades ucranianas.
A usina nuclear de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, foi novamente desconectada da rede elétrica depois que bombardeios russos danificaram as linhas de alta tensão restantes, deixando-a apenas com geradores a diesel, disse a empresa nuclear ucraniana Energoatom.
A usina, em mãos russas mas operada por trabalhadores ucranianos, tem combustível para 15 dias para operar os geradores, disse a Energoatom. Seus reatores precisam de energia para manter o combustível frio e evitar um colapso.
Um alto funcionário em Moscou disse que as forças especiais russas impediram um ataque ucraniano à usina. O secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Nikolai Patrushev, um aliado próximo do presidente Vladimir Putin, também disse que as forças ucranianas "continuam a bombardear a usina nuclear de Zaporizhzhia com armas ocidentais que podem levar a uma catástrofe global".
Ambos os lados acusaram repetidamente o outro de bombardear a usina, acusações que ambos negam.
Ataques russos também foram relatados em Kriviy Rih, no centro da Ucrânia, e em Sumy e Kharkiv, no nordeste. Houve intensos combates nas regiões orientais de Luhansk e Donetsk.
"O inimigo está tentando manter os territórios temporariamente capturados, concentrando seus esforços em conter as ações das Forças de Defesa em certas áreas", disse o estado-maior da Ucrânia nesta quinta-feira.
A Reuters não conseguiu verificar os relatórios do campo de batalha.
A Rússia disse que tem como alvo a infraestrutura como parte do que chama de "operação militar especial" para degradar as forças armadas ucranianas e remover o que diz ser uma ameaça potencial contra a segurança da Rússia.
Como resultado, civis ucranianos sofreram cortes de energia e reduziram o abastecimento de água nas últimas semanas. A Rússia nega atacar civis, embora o conflito tenha matado milhares, deslocado milhões e deixado algumas cidades ucranianas em ruínas.
Os ministros das Relações Exteriores do grupo G7 de democracias ricas discutirão a melhor forma de coordenar mais apoio à Ucrânia quando se reunirem na quinta-feira na Alemanha.
(Por redações da Reuters; escrita por Grant McCool e Lincoln Feast)