Por Giulia Paravicini
NAIROBI (Reuters) - Pelo menos três ucranianos e cidadãos do Egito, Uganda e Somália estavam a bordo de um helicóptero das Nações Unidas apreendido por militantes do Al Shabaab na região central da Somália no início desta semana, disseram duas fontes de segurança à Reuters nesta sexta-feira.
O helicóptero contratado pela ONU com nove passageiros realizava uma retirada aeromédica quando um problema técnico o forçou a fazer um pouso de emergência perto da vila de Hindhere, área controlada pelo grupo militante islâmico.
As fontes de segurança pediram para permanecer anônimas devido à sensibilidade do assunto.
Uma fonte de segurança e outra pessoa familiarizada com o assunto disseram que quatro ucranianos estavam no helicóptero como tripulantes.
O governo da Somália disse na quinta-feira que estava trabalhando para resgatar os reféns, mas oficiais militares alertaram que tais tentativas seriam difíceis em uma área que, segundo eles, está sob o controle do grupo afiliado à Al Qaeda há mais de uma década.
Um memorando interno da ONU visto pela Reuters dizia que um passageiro teria sido morto, enquanto seis foram feitos reféns por militantes do Al Shabaab. Duas pessoas fugiram e seu paradeiro é desconhecido, disse.
O governo ucraniano não comentou o assunto. Representantes do exército ugandês disseram não ter qualquer informação. O governo egípcio não foi encontrado imediatamente para comentar.
Separadamente, a Missão de Assistência das Nações Unidas na Somália (UNSOM) disse nesta sexta-feira que um guarda da ONU foi morto em um ataque de morteiro por supostos militantes do Al Shabaab perto do aeroporto internacional Aden Adde, na capital Mogadíscio.
O ataque ocorreu na noite de quinta-feira, quando vários morteiros caíram dentro da área do aeroporto onde está localizado o complexo da ONU, disse a UNSOM.
O Al Shabaab não foi encontrado para comentar.
Os militantes, que controlam vastas áreas do sul e do centro do país, têm travado uma insurreição contra o governo somali desde 2006, em uma tentativa de estabelecer o seu próprio governo com base na sua interpretação da lei islâmica.
(Reportagem de Abdi Sheikh, em Mogadíscio, e Giulia Paravicini, em Nairobi; Reportagem adicional de Tom Balmforth, em Londres)