KIEV (Reuters) - O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, disse nesta segunda-feira que o país está enfrentando um ano difícil, lutando para afastar o que chamou de estratégias russas para minar as tentativas de seu governo de buscar relações mais estreitas com a Europa.
Poroshenko fez o pronunciamento em uma cerimônia no centro de Kiev para marcar os 24 anos de independência do país da União Soviética, antes de viajar a Berlim para conversações com os líderes da França e da Alemanha sobre a implementação de um acordo de cessar-fogo –que vem sendo violado com frequência– com os rebeldes pró-Rússia que ocupam do leste ucraniano.
"Nós temos de atravessar os 25 anos de independência como se fossem um gelo quebradiço. Devemos entender que o menor passo em falso pode ser fatal. A guerra pela independência da Ucrânia continua", disse ele, dirigindo-se a milhares de pessoas.
De acordo com Poroshenko, 50.000 soldados russos foram posicionados ao longo da fronteira Ucrânia-Rússia e mais de 9.000 apoiam os rebeldes pró-Rússia nos territórios separatistas.
Novos comboios militares russos atravessaram a fronteira para a Ucrânia na semana passada, acrescentou.
O presidente ucraniano afirmou ainda que, embora persista o risco de uma "invasão militar em larga escala", a Rússia "também tem uma estratégia alternativa, para minar a situação dentro do nosso país e colocar o país em desacordo com os principais parceiros (estrangeiros), isolando-o com o agressor".
A Rússia, que anexou no ano passado a província ucraniana da Crimeia, depois que uma revolta derrubou um presidente pró-russo em Kiev, rejeita as acusações da Otan e outros poderes de que esteja enviando armas e tropas para apoiar os separatistas no leste.
Ambos os lados retiraram um grande número de armas pesadas da zona de conflito, em comprimento a um acordo de paz firmado em Minsk em fevereiro, mas confrontos esporádicos ainda causam vítimas diariamente.
"A Rússia tem de "parar de brincar com os acordos", disse Poroshenko em uma reunião diplomática após sua aparição no desfile do Dia da Independência. "Se não o fizer, a reação da comunidade internacional tem que ser imediata e resoluta. Essas são as mensagens que irei levar às conversações em Berlim."
(Reportagem de Natalia Zinets e Richard Balmforth)