Por Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - Um confisco de território por Israel na Cisjordânia coloca em questão o compromisso do país com a solução que prevê dois Estados para terminar com o conflito com os palestinos, disse a União Europeia (UE) em comunicado nesta quinta-feira.
Ecoando comentários feitos nesta semana pela Alemanha e pela França, o serviço de política externa da UE divulgou um comunicado pouco comum criticando diretamente Israel pela apropriação de 234 hectares perto de Jericó.
"A decisão de Israel é mais um passo que ameaça minar a viabilidade de um futuro Estado palestino e, assim, coloca em questão o compromisso de Israel com a solução de dois Estados”, disse o bloco no comunicado.
"Qualquer decisão que pode possibilitar ainda mais a expansão dos assentamentos, que é ilegal sob a lei internacional e um obstáculo para paz, vai somente dividir ainda mais as partes em conflito”, afirmou a UE.
"A União Europeia continua firmemente oposta à política de assentamento de Israel e a ações tomadas nesse contexto, incluindo demolições e confiscos, despejos, transferências forçadas ou restrições de movimento e acesso.”
O movimento israelense Paz Agora, que acompanha e se opõe a assentamentos de Israel em territórios capturados na guerra de 1967, afirmou que a última apreensão representa o maior confisco de terra na Cisjordânia nos últimos anos.
Israel diz que pretende manter grandes blocos de assentamentos em qualquer futuro acordo de paz com palestinos. Os palestinos, que buscam estabelecer um Estado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, temem que a expansão dos assentamentos lhes negue um país viável.
No ano passado, a UE divulgou instruções para que produtos de assentamentos israelenses sejam claramente marcados como tal na Europa. A política foi classificada como discriminatória por Israel.