LONDRES (Reuters) - Quase uma em cada cinco pessoas que trabalham no Parlamento britânico foi assediada sexualmente ou testemunhou comportamento inadequado no último ano, apontou relatório encomendado após uma série de escândalos sexuais em Westminster.
O relatório, publicado nesta quinta-feira, pede um novo procedimento para a realização de queixas, além de uma mudança radical na cultura que pode impedir algumas pessoas de questionarem seus chefes e sugere formas de punição para os que forem considerados culpados de assediar seus funcionários.
"Este é um grande dia para o Parlamento e nossas políticas", disse Andrea Leadsom, líder da câmara baixa do Parlamento. "O novo procedimento independente demonstrará que queremos ser o melhor Parlamento do mundo quanto a tratar todos que trabalham aqui com dignidade e respeito".
"Este é um grande passo para promover a mudança de cultura que o Parlamento precisa".
No ano passado, o Parlamento se tornou uma de várias instituições envolvidas em um escândalo de assédio sexual depois que alegações de abuso feitas contra o produtor de cinema norte-americano Harvey Weinstein levaram homens e mulheres a compartilharem histórias sobre comportamentos inadequados.
Dois ministros britânicos perderam o cargo, e tanto membros da legenda governista quanto do opositor Partido Trabalhista foram investigados devido a alegações de comportamento inadequado.
O relatório indicou que 39 por cento das 1.377 pessoas entrevistadas descreveram casos de assédio não-sexual ou bullying no último ano, e que 19 por cento relataram "experiências de assédio sexual, inclusive testemunhar comportamento sexualmente inadequado". As mulheres denunciaram o dobro das ocorrências dos homens.
(Por Elizabeth Piper)