Por Fabian Cambero e Diego Oré
CARACAS (Reuters) - Com protestos que resultaram na morte de uma dezena de pessoas, muitos venezuelanos deram as costas no domingo à eleição de uma polêmica Assembleia Constituinte convocada pelo presidente Nicolás Maduro e amplamente condenada internacionalmente.
Interditando algumas ruas com cordas ou barricadas, manifestantes de oposição protestaram ao longo do dia, mas foram repelidos pelas forças de segurança, no dia mais violento desde que começou a onda de manifestações em abril.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), pouco mais de 8 milhões de pessoas -41,5 por cento do eleitorado-- participaram da eleição.
"Temos Assembleia Constituinte", disse Maduro, emocionado, em um ato público no centro da capital, depois da divulgação dos resultados, rejeitados por seus adversários e por parte da comunidade internacional. "Não puderam deter um povo, nem com a ameaça, nem com o engano, nem com a mentira".
Maduro disse que a Constituinte pacificará o país petroleiro e permitirá mudar sua economia, para depender cada vez menos dos preços internacionais do petróleo, assim como dará estatuto constitucional aos subsídios populistas que garantiram a popularidade de seu predecessor Hugo Chávez.