CIDADE DO VATICANO/SYDNEY (Reuters) - O Vaticano defendeu enfaticamente nesta segunda-feira o cardeal australiano George Pell das acusações de um membro da comissão criada pelo papa Francisco para investigar abusos sexuais, segundo o qual o dirigente financeiro do Vaticano mostrou pouca preocupação com as vítimas.
Peter Saunders, um dos 17 membros da comissão que aconselha o papa sobre como acabar com os abusos sexuais na igreja, declarou à televisão australiana no domingo que Pell deveria ser expulso por causa das alegações de que não agiu para proteger crianças.
Pell, encarregado de reformar os departamentos de economia do Vaticano, emitiu um comunicado pouco após o programa ter ido ao ar classificando os comentários de Saunders de "falsos", "enganosos" e "ultrajantes", e afirmou que irá buscar aconselhamento legal.
Em uma declaração divulgada pela rede em seu nome, Pell disse que sempre se posicionou com firmeza contra o abuso de crianças. Ele negou ter transferido padres acusados de abusos entre paróquias ou de ter induzido uma vítima a retirar a queixa.
Os comentários de Saunders, um dos membros mais eloquentes da comissão, enfatizam as tensões existentes na igreja a respeito da maneira de lidar com a crise de abusos sexuais que assola a instituição há quase duas décadas.
(Por Philip Pullella e Byron Kaye)