Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Vaticano, em seu primeiro comentário sobre a invasão russa da Ucrânia que começou nesta quinta-feira, disse que espera que aqueles que têm nas mãos o destino do mundo tenham um "vislumbre de consciência".
Líderes mundiais acusaram o presidente russo, Vladimir Putin, de uma flagrante violação do direito internacional ao lançar o maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Uma declaração do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, não mencionou o líder russo pelo nome.
"Os cenários trágicos que todos temiam estão infelizmente se tornando realidade", disse Parolin, que ocupa o segundo lugar na hierarquia do Vaticano, abaixo apenas do papa Francisco.
"Mas ainda há tempo para a boa vontade, ainda há espaço para negociação, ainda há espaço para se exercer uma sabedoria que impede a prevalência de interesses sectários, que protege as legítimas aspirações de todos e poupa o mundo da loucura e dos horrores da guerra", disse.
"Nós, fiéis, não perdemos a esperança de um vislumbre de consciência daqueles que têm nas mãos os destinos do mundo."
Parolin reiterou parte de um apelo feito na quarta-feira pelo papa, que advertiu contra "desacreditar o direito internacional".
Francisco proclamou a Quarta-feira de Cinzas, que marca o início do período cristão da Quaresma e cai no dia 2 de março neste ano, como um dia internacional de jejum e oração pela paz.
"Este apelo assume uma urgência dramática após o início das operações militares russas em território ucraniano", disse Parolin.
Enquanto Parolin adotou uma linguagem diplomática cautelosa, evitando palavras como "invasão" e "ataque", o jornal do Vaticano, L´Osservatore Romano, foi mais direto
Em sua primeira página, o jornal publicou a manchete "Ucrânia Sob Ataque - A Hora Mais Escura", com uma foto de fumaça escura sobre uma cidade ucraniana que havia sido atingida por um míssil.