CARACAS (Reuters) - As autoridades da Venezuela confirmaram que um jovem foi morto na quinta-feira durante protestos contra o governo e prometeram investigar a morte, a primeira desde que uma polêmica envolvendo o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) irrompeu na semana passada.
Milhares de opositores ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foram às ruas na quinta-feira para protestar contra uma decisão da corte, que se inclina a favor do governo socialista e assumiu o controle do Congresso de maioria opositora, o que os manifestantes disseram ser um mais um passo rumo à ditadura.
Embora a medida amplamente rejeitada tenha sido revertida rapidamente, a oposição intensificou as manifestações de rua contra Maduro, ainda que tais demonstrações tenham obtido pouco no passado.
A marcha degringolou em confrontos, e na noite de quinta-feira líderes oposicionistas disseram que Jairo Ortiz foi baleado por forças de segurança que dispersavam um protesto em um subúrbio de Caracas.
"Diante do assassinato vil do jovem Jairo Ortiz, manifestamos nossa firme condenação ao ato tão vil", disse o ombudsman de direitos humanos do governo Tarek Saab no Twitter no início desta sexta-feira.
A oposição, que acusa Saab de ser uma extensão do governo Maduro, foi impedida de marchar até o escritório do ombudsman na quinta-feira.
Nesta sexta-feira manifestantes anti-Maduro se reuniram na frente do escritório desde a madrugada, envolvendo-o em fitas vermelhas com as palavras "perigo, não entre" durante o protesto relâmpago.
"Declaramos este escritório fechado porque está de costas para o povo", tuitou a parlamentar opositora Milagros Paz. "Jairo Ortiz morreu nas mãos deste regime."
Na quinta-feira, em um pronunciamento televisivo, Maduro disse que as autoridades detiveram 30 pessoas envolvidas na manifestação. Mesmo fragmentada, a oposição ganhou novo ímpeto contra um governo que culpa pelo colapso social e econômico do país.
(Por Diego Ore)