CARACAS (Reuters) - Agentes de inteligência da Venezuela detiveram antes do amanhecer desta sexta-feira um ativista de 85 anos de idade que é o único sobrevivente de um grupo clandestino que combateu uma ditadura militar nos anos 1950, de acordo com sua família e sua conta de Twitter.
O advogado Enrique Aristeguieta é um opositor e crítico explícito que compara frequentemente a ditadura de Marcos Pérez à atual "narcotirania" do presidente socialista Nicolás Maduro
Sua família e seu partido político, Primeiro Justiça, disseram que ele foi levado de sua casa em Caracas nas primeiras horas do dia.
"(Agentes de inteligência) estão em minha casa me procurando", tuitou Aristeguieta pouco antes das 4h, sem dar maiores detalhes.
Sua filha, Maria Alejandra Aristeguieta, disse em um comunicado que seus familiares não têm ideia de seu paradeiro.
"Exigimos a libertação imediata de Enrique Aristeguieta", escreveu.
As autoridades venezuelanas não responderam a um pedido de comentário.
O grupo local de direitos humanos Fórum Penal disse que Aristeguieta é um de 14 ativistas apreendidos ao longo da última semana, entre um total de cerca de 200 que estão sendo detidos pelo governo Maduro.
Críticos dizem que o governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) persegue dissidentes, mas as autoridades insistem que estão agindo legitimamente contra pessoas que conspiram contra o governo com apoio dos Estados Unidos.
(Por Vivian Sequera, Andreina Aponte e Girish Gupta em Caracas e Stephanie Nebehay em Genebra)