CARACAS (Reuters) - O procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, disse nesta terça-feira que dois militares de alta patente foram presos por suposto envolvimento em explosões de drones ocorridas durante um discurso do presidente Nicolás Maduro no início deste mês.
O governo venezuelano acusou políticos da oposição e ativistas anti-Maduro no exterior de tramarem o assassinato do líder de esquerda com aeronaves de controle remoto repletas de explosivos durante um desfile militar.
A polícia prendeu 14 pessoas, incluindo um parlamentar e vários jovens, e 20 outros suspeitos continuam foragidos, inclusive na vizinha Colômbia e nos Estados Unidos, segundo autoridades.
Saab disse que o coronel Pedro Zambrano e o general Alejandro Pérez foram apresentados em um tribunal na segunda-feira.
Nenhum outro detalhe sobre os detidos estava disponível de imediato.
O Ministério da Informação, que atende a mídia em nome do governo, não respondeu a um pedido de comentário. A Reuters não conseguiu contato com os dois militares.
O suposto envolvimento de militares no incidente com drones é marcante uma vez que as Forças Armadas são mediadoras do poder há tempos no país em grave crise.
Críticos de Maduro afirmam que ele está usando o incidente para reprimir a dissidência e consolidar seu controle em meio a uma crise econômica que provocou uma hiperinflação e blecautes frequentes.
Já o presidente diz que seu governo é vítima de uma "guerra econômica" liderada por ativistas opositores com a ajuda de Washington, que tenta miná-lo como fez no passado com outros líderes de esquerda latino-americanos.
(Por Vivian Sequera e Corina Pons)