ISTAMBUL (Reuters) - O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse durante uma viagem à Turquia nesta sexta-feira que intimidar a mídia, restringir a liberdade na Internet e acusar acadêmicos de traição não é um bom exemplo para o Oriente Médio.
Em um discurso feito durante uma visita de dois dias ao aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e membro-chave da aliança liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico nos vizinhos Síria e Iraque, Biden disse que a força da democracia turca teve um impacto direto sobre a força dos laços com os Estados Unidos.
"Quanto mais sucesso a Turquia tiver, mais forte será a mensagem enviada para todo o Oriente Médio e a partes do mundo que estão apenas começando a lidar com a noção de liberdade", disse Biden, apoiado por membros de grupos da sociedade civil turca.
"Mas quando a mídia é intimidada ou encarcerada por reportagens críticas, quando a liberdade na Internet é limitada e sites de mídia social como o YouTube ou Twitter são desligados e mais de 1.000 acadêmicos são acusados de traição simplesmente por assinar uma petição, esse não é o tipo de exemplo que precisa ser dado", disse ele a repórteres.
A Turquia foi citada por Washington nos primeiros anos do governo de Tayyip Erdogan, após a eleição do Partido AK, em 2002, como um exemplo de uma democracia islâmica no Oriente Médio. Mas, recentemente, as reformas fracassaram e o próprio Erdogan tem demonstrado um estilo mais autoritário.