Por Jessie Pang e Joyce Zhou
HONG KONG (Reuters) - A polícia disparou gás lacrimogêneo e canhões de água para interromper protestos enquanto ativistas bloqueavam estradas e destruíam shopping centers nos Novos Territórios de Hong Kong e na península de Kowloon, neste domingo, durante o 24º fim de semana consecutivo de manifestações contra o governo.
Manifestantes gritavam contra abusos da "polícia negra" onde quer que os policiais aparecessem, referindo-se à brutalidade percebida contra protestos na cidade governada pela China, que não mostra sinais de arrefecimento após mais de cinco meses de atos.
Manifestantes pró-democracia vandalizaram uma estação de trem na localidade central de Sha Tin e um restaurante visto como sendo pró-Pequim, derrubando mesas e quebrando painéis de vidro, duas semanas antes das eleições para o conselho distrital.
A violência se espalhou pelas ruas de Tuen Mun, do lado de fora do shopping "V city", com batalhas entre policiais e manifestantes.
A TV mostrou imagens de um vergão e uma contusão no braço de uma de seus repórteres, que disse ter sido atingida por um cartucho de gás lacrimogêneo em Tsuen Wan, a oeste dos Novos Territórios, onde a polícia disparou gás lacrimogêneo para liberar as ruas.
A estação ferroviária foi fechada em Sha Tin, em meio a brigas entre policiais e manifestantes jovens e idosos, em um dia de protestos planejados em shopping centers em todo o território. Os distritos comerciais do outro lado do porto, na ilha principal, estavam silenciosos.
Os manifestantes estão irritados com o que consideram brutalidade policial e intromissão de Pequim nas liberdades da ex-colônia britânica, garantida pela fórmula "um país, dois sistemas" desde que o território retornou ao domínio chinês em 1997.
A China nega interferir e tem culpado os países ocidentais por incitar problemas.