Por Alexandra Ulmer
CARACAS (Reuters) - A visita à Venezuela do ex-primeiro-ministro da Espanha Felipe González para apoiar líderes da oposição presos reacendeu as tensões entre grupos políticos rivais no país sul-americano, sendo acusado por autoridades do governo de vários crimes.
González, chefe do governo espanhol por 13 anos até 1992, se reuniu nesta segunda-feira com a coalizão de partidos opositores Mesa da Unidade Democrática (MUD), um dia depois de ter chegado a Caracas para visitar Leopoldo López e Daniel Ceballos na prisão.
Dirigentes do governista Partido Socialista acusaram González de uma extensa lista de crimes que vão desde desfalque até tráfico de influência ligado ao escândalo da Fifa e vínculos com narcotraficantes, promovendo nas redes sociais a expressão equivalente a #FelipeForaDaqui.
"Visitarei Leopoldo López e Daniel Ceballos se eu conseguir obter autorização do governo nacional", disse González em breve entrevista coletiva, depois de se reunir com os dirigentes da MUD, ao lado das esposas dos políticos presos.
López e Ceballos, presos no ano passado acusados de incentivar meses de protestos contra o governo, estão em greve de fome há quase duas semanas exigindo a libertação daqueles que consideram "presos políticos".
González visitou no domingo Antonio Ledezma, prefeito opositor acusado de conspirar contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e que cumpre prisão domiciliar depois de ser submetido a uma cirurgia.
O governo de Maduro criticou a visita de González, declarado há mais de um mês "persona non grata" pela maioria chavista da Assembleia Nacional.
(Reportagem adicional de Eyanir Chinea)