Por Angelo Amante e Crispian Balmer e Gavin Jones
ROMA (Reuters) - Parlamentares da Itália fracassaram nesta terça-feira pelo segundo dia consecutivo na tentativa de eleger um novo chefe de Estado, e os líderes de partido estão tendo dificuldades para encontrar um candidato de consenso.
Embora o primeiro-ministro Mario Draghi continue sendo favorito, as preocupações de que sua promoção a presidente possa causar a desintegração do governo de coalizão e desencadear eleições nacionais antecipadas têm atrapalhado suas perspectivas.
Tem muita coisa em jogo. A presidência italiana possui mandato de sete anos e tem poder considerável - incluindo a nomeação de primeiros-ministros e a dissolução do Parlamento - para resolver crises políticas que atingem regularmente o país.
Após dias de reuniões nos bastidores, os partidos de centro-direita nomearam três possíveis candidatos de fileiras conservadoras que, segundo eles, mereciam consideração - um ex-presidente do Senado, um ex-prefeito de Milão e um magistrado aposentado.
O bloco de centro-esquerda descartou rapidamente o trio e pediu conversas com o centro-direita na quarta-feira para resolver a disputa, que corre o risco de desestabilizar a Itália enquanto o país luta para superar a crise da Covid-19 e reconstruir sua economia instável.
"Nossa proposta é nos trancar em um quarto e jogar as chaves fora, com apenas pão e água até chegarmos a uma solução definitiva", disse Enrico Letta, chefe do Partido Democrático (PD).
Ao contrário dos Estados Unidos ou da França, onde os presidentes são eleitos por voto popular, na Itália cerca de 1.009 parlamentares e representantes regionais escolhem o novo presidente por voto secreto.