Bruxelas, 25 jul (EFE).- O comissário europeu de Orçamento e Recursos Humanos, Günther Oettinger, disse nesta terça-feira que "será impossível" não fazer cortes nos orçamentos posteriores à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), inclusive nos "fundos estruturais e de coesão".
"É impossível de evitar, há uma brecha muito ampla", apontou Oettinger em um encontro com jornalistas, no qual lembrou que o Reino Unido contribui com cerca de 12 bilhões de euros anuais líquidos no orçamento comunitário.
O comissário insistiu na oportunidade para tornar mais "efetivo" o orçamento europeu e evitar sobreposições em questões que recebem fundos regionais, nacionais e comunitários.
Oettinger advertiu também que "não se deve deixar de gastar nem um euro que represente valor agregado".
Ainda que a data de saída prevista por Bruxelas e Londres para a saída do Reino Unido do bloco seja em março de 2019, o marco orçamentário plurianual termina em 2020.
Além disso, Londres deverá fazer frente a "todos os pagamentos comprometidos, inclusive além dessa data".
Por outro lado, o comissário alemão, também responsável pela carteira de Recursos Humanos na UE, quis passar uma mensagem de tranquilidade aos trabalhadores das instituições europeias com passaporte britânico.
"Faremos todo o possível para que não sofram nenhuma consequência nem discriminação", apontou Oettinger quando perguntado se os funcionários europeus terão suas carreiras abaladas dentro da administração europeia após a saída do seu país.
O comissário reconheceu que pode haver alguns "conflitos de interesses" em carteiras como Comércio para altos cargos britânicos na administração comunitária.
"Ter um diretor-geral de Comércio na Comissão Europeia seria complicado", disse o alemão, que acrescentou que não vê "nenhum problema" caso a maioria dos cargos da UE seja ocupada por britânicos.