Por Olena Harmash e Tom Balmforth
KIEV (Reuters) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, revelou nesta quarta-feira seu esperado "Plano de Vitória" no Parlamento ucraniano, pedindo que seu país permaneça unido em um momento precário antes da eleição presidencial nos Estados Unidos, seu principal aliado, em 5 de novembro.
Enquanto as tropas russas avançam no leste e o inverno se aproxima, Zelenskiy disse aos parlamentares que seu plano contém cinco pontos principais que dependem dos aliados de Kiev, incluindo um convite incondicional para se juntar à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e apoio específico de armas.
"Junto de nossos parceiros, devemos mudar as circunstâncias para que a guerra termine. Independentemente do que (o presidente da Rússia, Vladimir) Putin queira. Todos nós devemos mudar as circunstâncias para que a Rússia seja forçada à paz", disse ele a parlamentares e outras autoridades.
O terceiro ponto do plano enfatiza a necessidade de a Ucrânia adquirir uma capacidade de dissuasão não nuclear que, segundo ele, seria suficiente para destruir o poderio militar russo. Ele não entrou em detalhes, mas disse que há um adendo secreto adicional que ele não pode revelar.
O plano, segundo ele, também prevê um papel ocidental na defesa dos recursos minerais naturais da Ucrânia contra ataques russos, bem como promessas de reconstrução pós-guerra.
O discurso contou com a presença de militares, funcionários de inteligência e políticos, bem como de parlamentares, alguns dos quais ocasionalmente se levantaram para aplaudir.
O Kremlin disse que é muito cedo para comentar em detalhes o plano de Zelenskiy, mas que Kiev precisa "ficar sóbria" e perceber a futilidade das medidas que está adotando.
Após dois anos e meio de guerra, o discurso de Zelenskiy procurou persuadir uma população exausta na Ucrânia de que a guerra pode terminar em breve e enfatizar a importância de os ucranianos comuns permanecerem unidos enquanto os desafios da guerra se acumulam.
"Conseguimos e estamos conseguindo resultados nas batalhas graças à nossa união. Portanto, por favor, não percam a união", disse ele.
A Ucrânia enfrenta dificuldades e incertezas antes da eleição dos EUA, que pode levar Donald Trump à Casa Branca.
O ex-presidente republicano tem prometido acabar rapidamente com a guerra antes de assumir o cargo, uma ideia que os apoiadores de Kiev temem que envolva grandes concessões em nome de um acordo.