Por Ben Hirschler
LONDRES (Reuters) - Porton Down, o centro do governo britânico famoso por suas pesquisas sobre guerra bacteriológica durante a Guerra Fria, afirmou nesta quarta-feira que está tendo bastante trabalho para atender a demanda por amostras do Zika vírus, à medida que cientistas de todo o mundo estão em busca dessas culturas.
A Coleção Nacional de Vírus Patogênicos (NCPV, na sigla em inglês) é um de vários centros espalhados pelo mundo que disponibilizam vírus para cientistas autorizados - e nem todos têm conseguido atender seus clientes.
O norte-americano ATCC, sem fins lucrativos, por exemplo, diz em seu site que o fornecimento do Zika vírus depende da produção de um novo lote, em decorrência da recente alta na demanda.
Até recentemente o Zika era um vírus que praticamente não provocava qualquer preocupação de saúde pública e despertava baixo interesse científico, mas sua ligação com casos de microcefalia em recém-nascidos no Brasil provocou uma demanda sem precedentes de grupos de pesquisa.
O NCPV disse que vem monitorando o andamento do surto no Brasil desde 2015 para garantir que os estoques permanecessem disponíveis, e agora está respondendo a inúmeros pedidos de fornecimento todos os dias.
"Continuamos acompanhando a situação e vamos reabastecer o estoque quando necessário, em resposta a este aumento repentino na demanda de pesquisa", disse uma porta-voz na quarta-feira.
O centro fornece culturas congeladas de Zika e RNA extraído do vírus a laboratórios de pesquisa em todo o mundo, desde que cumpram normas rigorosas de biossegurança.
Uma ampola de Zika vírus custa 334,75 libras (484,72 dólares), enquanto o RNA tem preço de 384,75 libras, de acordo com o site do NCPV.