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A Ata do COPOM Derrubou a “Ficha” para os Apressados

Publicado 30.01.2015, 07:00

Ainda há muito a fazer, ainda há muitas incertezas, ainda há necessidade de convivermos com tempos incertos, para então verificarmos se os anseios da nova equipe econômica se transformarão em realidade, e, então, podermos ter convicção efetiva de que o país está encontrando seu caminho de retomada da atividade econômica de forma sustentável.

Portanto, não há coerência nem fundamentos para reações imediatistas precificando os ativos como se tudo que está baseado em anseios já seja uma realidade palpável.

Nouriel Roubini, o economista turco que previu em 2005 o início da crise americana, em palestra no Brasil foi o autor da assertiva: “estou cautelosamente otimista com o Brasil”, que traduzido em bom português teve o propósito de não se comprometer, mas dissertou apontando inúmeras condicionantes à retomada do crescimento pelo país.

Há uma linha tênue sinérgica entre a fala de Roubini e o texto da ata da mais recente reunião do COPOM, cada uma a seu modo e com as limitações existentes para um e para outro, havendo a predominância da cautela otimista.

O “cautelosamente otimista” foi um sofisma para agradar a plateia, que na realidade pontua e fundamenta-se nos inúmeros percalços que a equipe gestora terá que enfrentar sem avançar nas minudências e tem um não mencionado “se” em quase tudo que foi abordado.

A ata do COPOM deu um choque de realidade aos mais otimistas que andam se antecipando na precificação imediata dos ativos como se o “status quo” deteriorado da economia brasileira estivesse resolvido, o que evidentemente ainda depende do sucesso das intenções que vem sendo colocadas na prática e isto deve apontar resultados lá para o final de 2016 inicio de 2017.

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Os desafios são enormes e não param se surgir noticias ruins, como a “marca indelével da gestão Mantega na economia brasileira” que ficará para a história, o déficit de R$ 17,0 Bi no superávit primário, único na história, e que não se esqueça da coparticipação do Augustin. Um dado como este não houvesse ocorrido a mudança da equipe econômica muito provavelmente teria tirado de imediato o “grau de investimento” do país.

Inflação no centro da meta? Devemos olhar para o final de 2016 ou inicio de 2017, salvo surpresas que poderão dilatar mais este tempo.

Taxa SELIC? O BC afirmou que avanços no combate à inflação ainda não são suficientes, o que sugere que deve ir além do 12,25% atual, mas não se sabe exatamente até quanto. Como destacou a intensificação dos ajustes de preços relativos na economia tornou o balanço de riscos para inflação menos favorável.

O BC elevou sua estimativa da alta dos preços administrados em 2015 para 9,3% ante 6% anterior.

Na realidade, no nosso entendimento, o BC vai observar o comportamento geral da economia e agir com a estratégia “ação-reação”, não havendo uma estratégia definitiva assumida.

É neste ponto que centramos nossas atenções para a evolução do câmbio.

Este poderá ser o ativo perturbador da política monetária do governo.

Muito embora o mercado financeiro trabalhe com a hipótese de fluxos de recursos externos mais intensos a partir do QE do BCE, principalmente oriundos de operações de “carry trade”, há fatores que podem frustrar esta expectativa, quais sejam, a moeda nacional com preço sobrevalorizado e a tendência de retração do PIB neste ano. O Brasil oferece rentabilidade interessante, mas tem fatores que podem agravar o seu risco e assim ser preterido até pelos especuladores.

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Não há no curto prazo expectativa de incremento nos IED´s, muito pelo contrário, e a nossa balança comercial tem baixíssimas possibilidades de sair do negativo, tendo em vista que os produtos principais da pauta exportadora, as commodities, estão com seus preços em baixa no mercado internacional.

O grande problema é que a tendência de saída de recursos do país é maior do que a de ingressos, o que pode ser agravado quando o FED americano normalizar a política monetária dos Estados Unidos, num ambiente em que os bancos operam com posições vendidas face a carência de fluxos de mercado e o BC ancora a credibilidade na moeda com a oferta dos instrumentos financeiros “swaps cambiais” já em grande monta.

O Brasil precisa reduzir o seu déficit em transações correntes, mas com o real sobrevalorizado certamente só o verá expandir, pois este fato inibe os investimentos, mesmo quando especulativos.

A ata do COPOM não acrescentou muito ou quase nada ao que se esperava, mas parece ter provocado um efeito positivo ao chamamento à realidade do mercado financeiro.

A moeda americana permaneceu apoiada perto de altas de mais de 11 anos em relação às principais moedas mundiais ontem, após os dados de pedidos de seguro-desemprego nos EUA atingir na semana passada os níveis mais baixos desde 2000.

O Departamento de Trabalho dos EUA informou que a quantidade de pessoas que entraram com pedido novo de seguro desemprego na semana que terminou em 24 de janeiro caiu em 43.000, para 265.000, do total da semana anterior de 308.000.

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Os analistas esperavam que os pedidos de seguro-desemprego caíssem em 8.000 para 300.000 na semana passada.

O dólar se fortaleceu fortemente ante o real ontem e consideramos que parte decorreu da valorização da moeda americana no mercado internacional e outra das sinalizações pontuadas na ata do COPOM que mostrou que a visão prospectiva ainda enseja muito esforço para que viabilizem como sucesso, razão pela qual a moeda americana se valorizou mais frente ao real do que de outras moedas.

A tendência de apreciação do preço da moeda americana é consistente e o governo deve estar pronto para agir nos seus reflexos e não buscando conter a alta que nesta fase é necessária.

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