Publicado originalmente em inglês em 18/03/2021
O ano de 2021 tem sido conturbado para as empresas de crescimento que viram o preço das suas ações disparar durante a pandemia.
Exemplo disso é a DocuSign (NASDAQ:DOCU) (SA:D1OC34), empresa de assinatura eletrônica de documentos. Seus papéis estão andando de lado desde que atingiram a máxima recorde em setembro.
A empresa sediada em São Francisco teve um crescimento explosivo por seus serviços digitais com a mudança para o teletrabalho e o distanciamento social, que obrigaram as empresas a buscar soluções de assinatura digital e gestão eletrônica de contratos.
Essas tendências contribuíram para que a DocuSign ficasse entre as principais histórias de sucesso de 2020, atrás da Zoom Video (NASDAQ:ZM) (SA:Z1OM34), Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) e Moderna (NASDAQ:MRNA) (SA:M1RN34).
Mesmo com uma queda de 20% em relação ao fechamento recorde um pouco abaixo de US$ 269 no início de setembro, a DocuSign acabou encerrando o ano passado com uma alta de 192%. Suas ações fecharam ontem a US$ 213,34, uma alta de cerca de 1% no dia.
Um dilema dos investidores interessados nessas novas empresas de tecnologia é a sustentabilidade dessa força assim que a pandemia for contida e os negócios começarem a funcionar normalmente. A natureza dos produtos da DocuSign sugere que a empresa tem muito espaço para crescer após a pandemia.
O sucesso da DocuSign durante a crise sanitária dá fortes evidências de que seus produtos têm um lugar permanente em uma economia em rápida mudança para o ambiente digital. A companhia oferece planos individuais de assinatura digital a partir de US$ 10 por mês até grandes pacotes de nível corporativo.
Um mercado de US$ 50 bilhões
As ferramentas da DocuSign permitem que as empresas gerenciem digitalmente todo o processo de elaboração de contratos, desde os rascunhos iniciais até a assinatura final. Seu pacote Agreement Cloud permite que os clientes usem recursos de inteligência artificial para examinar contratos e identificar possíveis problemas e riscos, além de elaborar do zero contratos específicos.
De acordo com o CEO, Dan Springer, a DocuSign ainda está em seu estágio inicial de crescimento em um mercado estimado em US$ 50 bilhões.
Em um pronunciamento na semana passada, o executivo disse o seguinte:
“O ano fiscal de 2021 foi um marco para a DocuSign. Nos tornamos um pilar da ‘economia em qualquer lugar’, que permite às pessoas fazer qualquer atividade na vida, não importa onde estejam. Com isso, tivemos um crescimento de quase 50%, registramos uma receita de cerca de US$ 1,5 bilhão e atingimos uma taxa líquida recorde de retenção de 123%. Acreditamos que esse desempenho representa uma aceleração na tendência atual de transformação digital dos contratos.”
A DocuSign superou as expectativas de receita e resultados no último trimestre, além de fornecer projeções acima do esperado para essas métricas. A empresa registrou um LPA ajustado de US$ 0,37 no quarto trimestre fiscal em 11 de março, em comparação com US$ 0,12 no ano anterior. A receita no trimestre cresceu de US$ 258 milhões para US$ 410 milhões.
A empresa quer continuar crescendo, principalmente no exterior, onde obtém apenas 21% da sua receita. Suas vendas para clientes internacionais saltaram impressionantes 83% ano a ano para US$ 89 milhões no quarto trimestre.
Resumo
Embora não seja difícil ver a DocuSign crescendo após a pandemia, é pouco provável que suas ações repitam o desempenho do ano passado. Um grande desafio para as ações de alto crescimento, como a DocuSign, é que os investidores estão evitando companhias com um significativo prêmio de valuation no momento em que as taxas de juros começam a subir.
Talvez essa seja a razão por que muitos analistas não enxerguem um grande potencial de alta para a DocuSign neste ano, já que o preço-alvo consensual está na casa de US$ 280. Dito isso, a DocuSign é uma excelente ação para manter em um portfólio de ações de alto crescimento.