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A Quebra dos Repo

Publicado 23.09.2019, 10:01

A semana decisiva de juros em nível local e internacional é colocada à prova com os eventos no mercado interbancário internacional, em especial os Repo, como são conhecidos os empréstimos interbancários de curtíssimo prazo, os quais sofreram um choque recente de liquidez.

Há um temor de que os Bancos Centrais estejam perdendo o controle da liquidez, sem sequer saber os motivos por traz disso, mostrando o limite das atuações das autoridades monetárias nas forças de mercado, as quais eles não podem mais conter ou manipular completamente.

Este é um dos argumentos do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, indicando que “algo está acontecendo e isso está causando um repensar total do banco central e todas as nossas noções estimadas sobre o que pensamos que estamos fazendo. Nós apenas temos que parar de pensar que no próximo ano as coisas vão ser normais”.

Diferente dos EUA, o SPB dá conta do processo em nível local, num instrumento de controle mais restrito do que no exterior, dado o histórico inflacionário do Brasil, que demandava maior velocidade nos processamentos. O float permite que as instituições bancárias se beneficiem do valor do pagamento em depósito durante o prazo decorrido entre a transação e a liquidação e reduz ou aumenta a liquidez de certos instrumentos bancários, dependendo da competição com seu retorno.

Porém, o sistema internacional em diversos aspectos se aproxima mais do americano, levando a eventos como os da noite passada, quando o Banco Popular da China também anunciou um Repo, o qual se une a uma série de outras medidas de liquidez impostos pela autoridade monetária.

Um choque de liquidez, dadas às incertezas globais sobre a atuação e eficácia dos bancos centrais, em especial àqueles que operam sob a égide de juros negativos, seria de proporções inimagináveis, em vista à atual demanda dos mercados, aprisionados ainda na versão inicial do Quantitative Easing (QE) de 2008/2009, mesmo com a redução do balance sheet.

O Fed recentemente reduziu a taxa de juros sobre reservas excedentes, diminuindo os juros pagos aos bancos, o que em teoria levaria a maior oferta de liquidez, estabelecendo um piso efetivo aos juros dos empréstimos bancários overnight.

O problema vem exatamente deste ponto, pois ao incentivar tal liquidez, o Fed escancarou o fato de que aparentemente ela não existia. Quando isso ocorre, vem a demanda por taxas sensivelmente mais altas, como o que ocorreu com o Fed NY na semana passada.

Com isso veio falta de sentido por parte do Fed tentar manter as taxas baixas para equilibrar entre o intervalo da política monetária ou incentivar a liquidez se a queda abrupta das reservas bancárias se sobrepôs e elevou a demanda por taxas sensivelmente mais altas. O mais simples entendimento de oferta e demanda.

Foi quando entrou a necessidade do volume do tal REPO, algo que não ocorria desde os eventos subsequentes à crise do subprime e soou todos os alarmes de problemas . É a mostra de que o Fed está meramente 'correndo atrás do prejuízo', sem antever o enxugamento de liquidez, as consequentes elevações das taxas intraday.

A questão não tem solução de curto prazo, pois entre as grandes causas de tal enxugamento de liquidez está a demanda elevada do governo americano por funding, dado a elevação do teto dos gastos (viram, como isso não dá certo!) e a baixa reserva interbancária para assumir a amortização destes gastos.

O fechamento contábil do trimestre que incrementou a demanda dos bancos por recursos também potencializou o processo na semana passada.

O problema de tais eventos não é a falta de liquidez, a taxa elevada ou as injeções pelo Fed e outros Bancos Centrais e sim a noção de que as autoridades monetárias não anteviu tais eventos com todo o informacional disponível e tem agido de forma a conter suas consequências, mas ainda não sabe lidar com as causas.

Uma conclusão podemos tirar: finalmente a política fiscal de Trump deu com o pé na porta do Fed.

Esta semana, atenção no Brasil ao RTI e à ata da última reunião do COPOM para entender as motivações do BC para tal corte de juros, além obviamente das estranhas projeções colocadas no comunicado e PIB americano.

ABERTURA DE MERCADOS

A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com os PMI alemães abaixo das expectativas.

Na Ásia, o fechamento foi negativo, na expectativa por avanços na guerra comercial.

O dólar opera em alta consistente contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.

Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao minério de ferro.

O petróleo abre em queda, após a semana de alta forte.

O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,20%

CÂMBIO

Dólar à vista : R$ 4,1475 / -0,48 %

Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,372%

Dólar / Yen : ¥ 107,47 / 0,121%

Libra / Dólar : US$ 1,24 / -0,273%

Dólar Fut. (1 m) : 4161,54 / 0,20 %

JUROS FUTUROS (DI)

DI - Julho 20: 4,87 % aa (-0,12%)

DI - Janeiro 21: 4,98 % aa (-0,99%)

DI - Janeiro 23: 6,08 % aa (-1,78%)

DI - Janeiro 25: 6,70 % aa (-1,62%)

BOLSAS DE VALORES

FECHAMENTO

Ibovespa: 0,4583% / 104.817 pontos

Dow Jones: -0,5895% / 26.935 pontos

Nasdaq: -0,7968% / 8.118 pontos

Nikkei: 0,16% / 22.079 pontos

Hang Seng: -0,81% / 26.222 pontos

ASX 200: 0,28% / 6.750 pontos

ABERTURA

DAX: -1,033% / 12339,23 pontos

CAC 40: -0,965% / 5635,86 pontos

FTSE: -0,631% / 7298,55 pontos

Ibov. Fut.: 0,38% / 105061,00 pontos

S&P Fut.: 0,197% / 2991,30 pontos

Nasdaq Fut.: 0,026% / 7844,75 pontos

COMMODITIES

Índice Bloomberg: 0,19% / 79,36 ptos

Petróleo WTI: -0,72% / $57,85

Petróleo Brent:-0,65% / $64,11

Ouro: 0,19% / $1.519,00

Minério de Ferro: -0,09% / $93,38

Soja: -1,17% / $15,18

Milho: 0,20% / $373,00

Café: -0,20% / $98,50

Açúcar: 0,63% / $11,18

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