A redução nas tarifas do café é real

Publicado 24.11.2025, 08:49
Atualizado 24.11.2025, 08:49

O vencimento dez-25 encerrou a semana @ 400,00 centavos de dólar por libra-peso e já está praticamente fora das negociações. Agora a posição em aberto tem 160 lotes (aproximadamente 45.000 sacas de café) e o mercado aguarda ansioso para saber se essa quantidade será rolada/entregue/ajustada nos próximos dias.

Lembrando o vencimento Dez-25: o vencimento dez-25 trabalhou entre os dias 20 de agosto e 21 de novembro-25 dentro do “caixote” 380-437-380 centavos de dólar por libra-peso (oscilando +/- 75 US$/saca entre as mínimas / máximas / mínimas = aproximadamente 400 R$/saca). Com os problemas das tarifas o diferencial de compra não acompanhou as oscilações do preço no vencimento dez-25 por falta de compradores/interesse dos destinos e o mercado interno trabalhou entre 2.300-2.600 R$/saca para a safra 25/26 e entre 1.950-2.150 R$/saca para negócios realizados para a próxima safra 26/27 com compromisso de entrega entre os meses julho-agosto-26.

A grande notícia da semana foi a retirada final dos 40% da sobretaxa que ainda estava valendo sobre o café brasileiro e outros produtos agrícolas essenciais para o consumo/abastecimento do mercado interno. Para produtos industrializados as tarifas entre 40-50% seguem valendo.

Notar que a tarifa para o café industrializado (nosso café solúvel) continua tarifado em 50%. Durante os primeiros 10 meses de 2.025 o Brasil vem exportando 300.000 sacas/mês equivalente de café solúvel. Então, uma quantidade muito significativa tanto em volume quanto em receita.

O café solúvel brasileiro para o mercado americano deverá continuar sendo abastecido via “swap de origem” com o Brasil exportando café em grão e/ou outras “modalidades” para outros países e, esses países exportando/”industrializando/embalando” esse café com destino aos EUA.

As torrefadoras (junto com a criatividade dos nossos executivos) provavelmente irão encontrar formas para driblar essas tarifas, e quem sabe, no curto prazo enviando “café solúvel pré-industrializado”, “em sacas /big bags de 50-100-500 kgs” para algum outro país e esse produto ser “finalizado” em novas  embalagens para seguir para os Estados Unidos.

Importante notar que no sábado (dia 22 de novembro-25) o ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso e essa prisão poderá novamente gerar stress entre os Estados Unidos e Brasil nos próximos dias. Atenção pois o risco geopolítico voltou ao cenário.

A partir de agora estaremos analisando os próximos vencimentos julho-26 e set-26 (em breve) pois esses vencimentos irão ditar as negociações para a próxima safra 26/27.

O vencimento julho-26 encerrou a semana @ 337,60 centavos de dólar por libra-peso.

Acompanhando o vencimento dez-25 o julho-26 (desde o dia 08 de agosto-25 até o dia 21 de novembro-25) oscilou muito em função do clima, expectativas para a próxima safra 26/27 e vem negociando entre “mínimas/máximas” dentro desse “caixote”: 273 / 377 / 310 / 378 / 331 / 370 / 322 centavos de dólar por libra-peso!

Na sexta-feira, com a confirmação da retirada das tarifas, o julho-26 abriu o dia caindo -2.200 pontos

e testou rapidamente os importantes suportes das médias móveis dos 50/100 e 200 dias – entre 320-318 centavos de dólar por libra-peso. Então, creio que antes do mercado voltar a testar os suportes das médias móveis acima o mercado poderá voltar a testar os 350 centavos de dólar por libra-peso.

Já o mercado do café conilon - Londres jan-26 – encerrou a semana firme. Novos problemas no Vietnam com chuvas, enchentes, problemas durante o início da colheita atual continuaram a sustentar as cotações. Jan-26 chegou negociar com uma alta de +10% (máxima da semana @ 4.689 US$/tonelada) e encerrou ainda acima dos 4.500 US$/tonelada @ 4.506 US$/tonelada (270 US$/saca = 1.432 R$/saca). O mercado interno, com a ajuda do R$, continua negociando ao redor dos 1.350 R$/saca.

O R$ voltou a desvalorizar na sexta-feira (5.4010 R$/US$) novamente por problemas fiscais/políticos/notícias vindas de Brasília.

Produtor do café conilon: atenção pois o mercado encontra importante resistência nos 4.500 US$/tonelada e importante suporte nos 3.900 e depois só nos 3.200 US$/tonelada!

A grande dúvida no momento é se o Brasil, e o produtor, ainda tem produto disponível em quantidade para atender a demanda americana e europeia durante os próximos 7 meses (dez-25 até junho-26).

Com os problemas durante a colheita 25/26 café de qualidade, peneira 17/18 e cereja descascado continuam disputados entre os compradores. O mercado acredita que existe ainda uma boa quantidade de cafés inferiores (café rio e peneiras de baixa qualidade) disponível para comercialização. O grande “X” da questão agora vai depender do produtor entrar no mercado para vender o seu produto abaixo dos 2.000 R$/saca no café arábica e abaixo dos 1.200/1.100 R$/saca para o café conilon uma vez que muitos acreditam ainda que a safra brasileira 25/26 ficou mesmo abaixo dos 55 milhões de sacas.

Os dados da Cecafé indicam uma exportação para o mês de novembro-25 ao redor dos 3,00-3.20 milhões de sacas. Confirmando essa exportação então, durante os primeiros 5 meses da safra 25/26, o Brasil terá exportado -5,50 milhões de sacas em comparação ao mesmo período ano passado (julho-nov-25: 16,83 milhões de sacas x 22,25 milhões de sacas julho-nov-24)!

Produtor, como sempre proteja-se!

O mercado continua oferecendo ao produtor ótimas oportunidades para as operações de hedge para os próximos 2-3 anos!

Boa semana a todos!

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