por Pinchas Cohen
A Semana - e o Ano - Que Passou
À medida que os operadores e investidores se aproximam do que se espera que seja uma temporada de férias excepcionalmente alegre, recheada com potenciais e generosos bônus de fim de ano e lucros de mercado extraordinários, muitos podem respirar antes de avaliar suas perspectivas de mercado para o próximo ano. Para ajudar com essas avaliações, aqui está um breve resumo da semana, e do ano, que passaram.
O que será lembrado de 2017? A série vertiginosa de avanços recorde no mercado dos EUA, proporcionando os melhores ganhos em quatro anos? O menor desemprego em décadas? O primeiro aperto monetário em uma década? E se o Congresso de inclinação Republicana e o presidente dos Estados Unidos iniciaram a maior reforma fiscal em décadas? Ou 2017 será lembrado como o ano em que as criptomoedas ganharam legitimidade como um ativo financeiro global? Acreditamos que será lembrado por tudo o que foi mencionado acima.
A partir de uma perspectiva de curto prazo, na semana passada, as ações ampliaram um rali, que foi considerado o segundo mercado altista mais antigo já registrado, indicando altas adicionais.
Dow Jones Industrials
O Dow Jones Industrial Average aumentou 1,35 na semana, atingindo 4 recordes em 5 dias de negociação, na segunda-feira, terça-feira, quarta e sexta-feira. O índice de Blue Chip teve seu 68º recorde do ano na sexta-feira. Subiu 24,78% em 2017 até agora.
S&P 500
O Índice S&P 500 avançou 0,92% na semana, com 3 recordes em 5 dias de negociação, na segunda, terça e sexta-feira. Os selloffs na terça-feira e quarta-feira apagaram os avanços feitos na segunda e quarta-feira. Apenas os ganhos da sexta-feira sobreviveram, mas no último dia de negociação da semana o índice avançou 0,90%, a maior parte do aumento semanal de 0,92%. Enquanto o ganho semanal da Dow foi mais amplo, o avanço da sexta-feira da S&P 500 superou a perna de alta de 0,59 da Dow na sexta-feira. Além disso, para fechar a semana, o índice líder dos EUA publicou seu 61º recorde do ano, um aumento de 19,52% até agora em 2017.
Setores do S&P 500
Internamente, todos os setores do índice S&P 500 estavam em campo na sexta-feira, com um ganho mínimo de 0,58 para energia, enquanto o maior avanço foi observado em bens de consumo, com 1,85%. Enquanto um setor defensivo liderou o rali, o segundo lugar, em uma posição não muito distante, ficou com o setor de crescimento, que teve a maior expansão neste ano, a tecnologia, com um aumento de 1,52% na semana. Na verdade, com exceção de energia e consumo discricionário com 0,78%, todos os setores tiveram um ganho mínimo de 1.00%.
Obviamente, então, foi uma disputa forte tanto para as ações defensivas como para as ações de crescimento. Semanalmente, as ações de crescimento tomaram a frente, lideradas pelas ações de Tecnologia com 1,51%, enquanto que em uma imagem espelhada, a defesa Serviços Públicos caiu 1,52% na semana.
NASDAQ Composite
A NASDAQ saltou 1,43% na semana passada, atingindo sexta-feira seu primeiro recorde desde 28 de novembro, avançando 1,15%. Teve mais recordes de fechamento este ano do que nunca, de acordo com a LPL Financial. No total, o índice tech-heavy produziu 70 novas máximas em 2017, batendo recordes estabelecidos em 1980 e 1999. O índice ganhou 29% este ano até agora, o melhor desempenho anual desde que ganhou 38% em 2013 e apresentou melhor desempenho do que nos últimos 3 anos combinados (+ 11,80% em 2014; +6,04% em 2015; +7,41% em 2016, totalizando 25,25% nos três anos). Este ano também representou seu sexto ano consecutivo de lucros - a maior série de vitórias para o índice desde a que terminou em 1981.
Russell 2000
O Russell 2000, enquanto avançava 1,39% na sexta-feira, ganhou apenas 0,48% durante a semana, formando uma vela de alta onda, seguindo um padrão engolfo de baixa. O índice small cap tem o menor número de recordes, com 23 até agora este ano, entre todos os principais índices dos EUA.
Subiu 12,5% ao ano até agora, apresentando ganhos de 14,82% na semana passada e 13,63% em relação ao preço de fechamento da semana anterior. Do ganho anual de 12,5%, mais de metade — 6,4% — ocorreu apenas no mês de setembro. Esse é o resultado de dois grandes obstáculos para que a agenda de reforma tributária do presidente dos EUA, Donald Trump, seja liberada em setembro: No dia 19 os republicanos do Senado abandonaram uma doutrina fiscal chave, concordaram com um orçamento que não aumentaria o déficit federal, a fim de abrir caminho para um corte de impostos de US$ 1,5 trilhão na próxima década, o que permitiu que republicanos do Congresso abraçassem o corte maciço de impostos. Posteriormente, em 27 de setembro, Trump finalmente revelou os detalhes de sua política fiscal.
O plano inclui a mais abrangente revisão fiscal em décadas e o presidente prometeu que será o maior corte de impostos na história. O Russell 2000 saltou 2% naquele dia. Ainda assim, é estranho que o índice cujas empresas listadas sejam consideradas como os maiores beneficiários de cortes de impostos tenha tido um desempenho fraco recentemente e, de fato, o pior desempenho na semana passada. Além disso, a NASDAQ, de alta tecnologia, que inclui as empresas de tecnologia consideradas como excluídas dos benefícios da reforma tributária, uma vez que já estão pagando uma taxa tributária efetiva mais baixa, subiram na sexta-feira significativamente mais do que o Russell 2000.
A Reforma Tributária Recalibra a Rotação do Setor
À medida que a iminente legislação de reforma tributária se aqueceu, os investidores começaram a vender as ações de tecnologia e migrar para as ações do setor financeiro. Desde setembro, quando a reforma tributária se tornou uma possibilidade real, as ações do setor financeiro - que, como já discutimos várias vezes - têm o máximo a ganhar, superaram os demais setores, em 12,27%, enquanto as ações de tecnologia cresceram apenas 9,91%. Durante o mesmo período, o S&P 500 ganhou 'apenas' 7,02%.
No último mês, o Financeiro se superou, avançando 6,23%, quase triplicando os ganhos de ações de Tecnologia, que cresceram 2,67%. Durante o mesmo período, o próprio SPX quase duplicou o desempenho da tecnologia, +4,34%. Juntamente com a reforma tributária que ajuda a impulsionar as ações do setor Financeiro, o fantástico desempenho anual do setor de Tecnologia até agora, de 33,5%, que foi quase o dobro dos 19,61% do Financeiro, amadureceu o setor para uma correção. De interesse, até agora em 2017, os ganhos anuais do setor financeiro são quase idênticos aos 19,52% da S&P 500.
O Fed Se Volta Para a Calibração do Mercado
A terceira alta de juros de 0,25% do Fed no ano foi universalmente esperada na última quarta-feira. No entanto, o banco central está mantendo sua perspectiva de taxa para 2018, no máximo mais três altas, decepcionando investidores que esperavam um caminho mais rápido para taxas de juros mais altas, o que teria correspondido com as melhores perspectivas do Fed para o crescimento econômico. Os investidores venderam as ações do setor Financeiro, entrando nas de Tecnologia. Enquanto as ações de tecnologia lideraram o benchmark com um ganho semanal de 1,51%, as das empresas financeiras recuaram 0,81%.
Perspectiva de Crescimento Melhorada do BCE
O Banco Central Europeu manteve as suas principais taxas de juros e o seu programa de compra de títulos inalterado na reunião de dezembro nesta quinta-feira passada, mas aumentou suas previsões de crescimento e inflação até 2020. Os títulos do governo na zona do euro viram, na sequência das notícias, a diminuição dos preços moderados. Para a semana, o rendimento do bund alemão para 10 anos foi pouco alterado. Segundo a Reuters, no entanto, o rendimento adicional oferecido pela nota do Tesouro dos EUA de 10 anos em relação ao bund chegou ao seu nível mais amplo desde abril. Os títulos do governo italiano acabaram com a incerteza política depois que a Itália estabeleceu 4 de março de 2018 como a data das eleições gerais.
BoE Mantém a Taxa; A Inflação Atinge o Máximo de 5 Anos
Depois de aumentar sua taxa de empréstimos bancários pela primeira vez em 10 anos em novembro, o Banco da Inglaterra (BoE) manteve sua taxa bancária inalterada em 0,50%, na reunião de dezembro ocorrida na quinta-feira. A inflação do Reino Unido subiu a uma taxa anual de 3,1% em novembro, superior à esperada e o ritmo mais rápido em mais de cinco anos, mas os formuladores de políticas do banco observaram em sua declaração que acreditam que a inflação "é provável que esteja perto do seu pico "e retornará à meta de 2% do BoE. Nas atas da reunião, o banco central também observou o recente progresso nas negociações de Brexit, dizendo que diminuiu a chance de uma saída desordenada da União Europeia. Os rendimentos dos títulos do governo do Reino Unido diminuíram.
A Última Palavra da China: As Previsões da Política Monetária do Mercado Diminuem
A China vem restringindo sua enorme máquina monetária desde o final de 2016. Um lote de dados econômicos recentes mostra que o crescimento da China desacelerou no mês passado. Uma maior restrição do banco central, o PBoC, poderia significar que a segunda maior economia global poderia estar entrando na desaceleração que os investidores esperavam há um ano, após o impressionante e surpreendente desempenho deste ano.
Como o maior comprador e usuário de commodities do mundo, o último selloff de commodities foi estimulado por esses recentes relatórios que sinalizam um clima de resfriamento chinês. E, claro, a queda das commodities arrastou para baixo as ações dos produtores de commodities, prejudicando ainda mais os mercados em todo o mundo. Uma desaceleração acentuada poderia desencadear um crash de estoque global.
As Criptomoedas Ganham Legitimidade
Uma menção especial deve ser dada às criptomoedas em geral e, em particular, ao bitcoin. O que começou como, na melhor das hipóteses, um truque, ou talvez uma ferramenta para lavadores de dinheiro e sindicatos do crime na pior das hipóteses, tornou-se uma classe de ativos totalmente legítima com o início da negociação dos futuros de bitcoin no CBOE e na próxima semana, quando a maior bolsa de opções em todo o mundo, a Chicago Mercantile Exchange Group, CME, começou a vender os seus próprios contratos oficiais futuros de Bitcoin, em 18 de dezembro.
De toda a empolgação sobre o desempenho da NASDAQ e do setor de tecnologia SPX,isso é ninharia comparado ao aumento de 1.924,40% do bitcoin.
Com o preço tendo acabado de passar US$ 20.000,00, não podemos deixar imaginar se esta é uma tendência sustentável ou uma bolha prestes a explodir, com medo de nos tornarmos em alarmistas que continuamente alertam sobre um acidente, enquanto os investidores corajosos continuam a ser recompensados. A notável volatilidade do bitcoin pode já ter mascarado um punhado de crashes, particularmente quando não estava sendo tão bem acompanhado no radar convencional. De acordo com o Dr. Daniele Bianchi, da Warwick Business School do Reino Unido, esses crashes anteriores foram essencialmente o resultado de alguns tipos de eventos: hackers, intervenções reguladoras, atualizações de tecnologia e subsequente concorrência de outras criptomoedas.
Hoje, o principal risco para o Bitcoin vem de fatores externos, tais como intervenção regulatória e violações de segurança, que podem afetar a credibilidade de todo o protocolo e sua utilidade efetiva como método de pagamento/armazenamento de valor. Por tudo o que sabemos, 2017 pode ter sido o melhor ano que o bitcoin já viu. Mas, novamente, já estávamos errados sobre o ouro virtual antes. Há, claro, outras opções de criptomoeda além do bitcoin. Aqui estão as 6 Criptomoedas que Vão Deixar o Rali do Bitcoin Sem Graça.
A Semana à Frente
Todos os horários de Brasília
Segunda-feira
08:00: Zona do Euro – IPC (novembro, final): O IPC anual deve permanecer inalterado em 1,5%
Os investidores continuam confiantes nas economias alemãs e da zona do euro, mas o otimismo foi mais medido em dezembro. O respeitado Indicador de Sentimento Econômico ZEW, um barômetro da confiança dos investidores institucionais, desacelerou na zona do euro e na Alemanha. As condições econômicas são boas, mas os investidores também devem manter um olho nos desenvolvimentos políticos, e há alguns desenvolvimentos preocupantes. A Alemanha permanece sem um governo, e a incerteza sobre o Brexit continua a pairar sobre a União Europeia. O euro reagiu aos relatórios fracos do ZEW com pequenas perdas na última terça-feira.
Terça-feira
22:30: Austrália – Atas da Reunião RBA: isso lançará mais luz sobre os pontos de vista atuais dos decisores políticos do banco central da Austrália.
O dólar australiano encontrou suporte em sua linha de tendência de alta desde o início de 2016, saltando acima de sua linha de queda desde setembro deste ano. Este duplo evento técnico - encontrar sustentação a longo prazo e atravessar a resistência a curto prazo - prepara o caminho para que o dólar australiano retome seu pico de 0,81, publicado em setembro.
07:00: Alemanha – Índice IFO de Clima de Negócios (dezembro): a previsão do índice do clima empresarial deve se manter em 117,5.
11:30: USA – Construção de Casas Novas e Licenças de Construção (novembro): as licenças de construção devem cair 4 % ao mês, enquanto a construção de casas novas deverá ficar 6% mais fraca.
Quarta-feira
13:00: USA – Vendas de Casas Usadas (novembro): deverá cair de 2% para 0,9% ao mês.
As vendas de casas novas foram subindo acentuadamente, enquanto as vendas de casas usadas apresentaram força própria em outubro, um aumento de 2,0% em relação a uma taxa anualizada de 5,480 milhões. Os ganhos foram publicados para as revendas de casas individuais, um aumento de 2,1% para uma taxa de 4,870 milhões, e para os condomínios um aumento de 1,7% para uma taxa de 610,00. O índice vendas pendentes de casas, que rastreia as inscrições iniciais para as revendas, teve um salto forte no último relatório e os analistas procuram força significativa neste relatório de novembro, com uma taxa de consenso de 5,520 milhões.
18:30: USA – EIA Estoque de Petróleo Bruto (semana encerrada em 15 de dezembro): os estoques devem aumentar em 4,5 milhões de barris, contra queda de 5,1 milhões de barris da semana anterior.
O preço do petróleo entrou em um intervalo de negociação desde 14 de novembro. Entretanto, embora inicialmente consideramos um potencial topo OCO com um neckline inclinado, pode realmente se tornar um triângulo simétrico. A direção do breakout determinará a trajetória do ímpeto do padrão, seja lá o que for.
Quinta-feira
11:30: USA – Pedidos Iniciais por Seguro Desemprego (semana encerrada em 16 de dezembro): A taxa de desemprego deverá permanecer em 3,3%.
A terceira estimativa para o PIB do terceiro trimestre deverá chegar a uma taxa anualizada de 3,3% e inalterada da segunda estimativa. Os gastos do consumidor também parecem inalterados em 2,3%, proporcionaram algum aumento, mas o trimestre realmente dependia de um aumento de estoque, bem como da força no investimento não residencial e da melhora das exportações líquidas. O índice de preços do PIB é visto inalterado, com uma taxa de 2,1%.
11:30: USA – Pedidos Iniciais por Seguro Desemprego (semana encerrada em 16 de dezembro): projeção de aumento de 225 mil para 234 mil.
11:30: US – Índice de Atividade Industrial Fed Filadélfia (dezembro): deverá cair de 22,7 para 20,8.
Sexta-feira
05:00: Alemanha – Clima do Consumidor GfK (janeiro): deverá aumentar de 10,7 para 10,8.
07:30: Reino Unido – PIB (terceiro trimestre, final): O índice trimestral esperado de 0,4% não deverá ser revisto.
11:30: USA – Pedidos de Bens Duráveis (novembro): previsão de aumento de 2% ao mês, de uma queda de 1,2% em outubro, enquanto o núcleo, excluindo os pedidos de transporte, deverá aumentar 0,4%, em linha com o mês passado.
13:00: US – Vendas de Casas Novas (novembro), índice Michigan de percepção do consumidor (dezembro, final): as vendas de casas novas deverão cair 5% ao mês, de um aumento de 6,2% em outubro, enquanto o índice de Michigan está previsto para 97, acima da estimativa anterior de 96,8
16:00: USA – Contagem de Sondas Baker Hughes: Contagem prévia da plataforma norte-americana: 1.168; USA: 930; Golfo do México: 19; Canadá: 238