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A Tempestade Virou Marola?

Publicado 30.07.2014, 21:49
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Virada de mesa

O noticiário desta quarta traz em destaque a mesma questão dos últimos dias. Peço desculpas pela repetição do tema, mas não podemos fingir indiferença ao que tem maior relevância no noticiário econômico e financeiro.

Há dois assuntos relevantes quentes agora: i) a situação em Gaza; e ii) análises financeiras cerceadas. Por uma questão de incapacidade, não falaremos de i). Resta-nos ii).

O Globo

Bom, se não temos mais análises imparciais de bancos sobre a economia, e se a avaliação do FMI também está errada (segundo Mantega, contém os mesmos erros dos analistas), então nos concentremos no que sobra...

Enquanto isso...

O mesmo jornal é enfático em afirmar os sinais de deterioração adicional do índice de confiança da indústria, o impacto da inflação sobre o comportamento dos consumidores e a maior taxa de juro para pessoa física desde 2011 (43% ao ano).


A notícia que faltou, saiu agora pela manhã: o PIB americano cresceu 4% no segundo trimestre. Pela amostra de indicadores desta quarta-feira, não resta pouca coisa, mas sim, claras evidências de que o problema brasileiro não está lá fora.

A economia está reagindo ao “bombardeio”
Utilizarei o M5M de hoje para abordar algumas das manifestações que mais tenho recebido por email.

“Só mesmo uma economia forte para ignorar um bombardeio vindo de uma instituição do porte do Santander e de uma até então conceituada consultoria financeira!”


O argumento do leitor acima é de que apesar de um “ataque especulativo” contra a economia, o dólar continuou quietinho e até com viés de queda, sem falar no Ibovespa flertando com os 60.000 pontos!

Mas nosso ponto é justamente esse:

+ a bolsa engatou a um rali de 26% desde a metade de março sem qualquer melhora nos fundamentos (pelo contrário). Meio de março? Exatamente a partir da divulgação da primeira pesquisa eleitoral que apontou queda nas intenções de voto à situação;
+ o dólar só está parado pois não é mais câmbio flutuante, tendo em vista o nível gigantesco de intervenções do Banco Central diariamente na moeda, mesmo com a dramática queda da volatilidade da taxa de câmbio, o que nos afasta da tese de que os BCs têm medo da flutuação e, por isso, estariam intervindo - a dinâmica, evidentemente, vem consumindo reservas e inevitavelmente terá de se ajustar mais para frente;
+ “a inflação de 7% não é uma ameaça real, e só assusta quem não viveu o período pré estabilização econômica.” Ok, mas a grande questão é que a inflação é alimentada por expectativas. E ela já está acima do teto da meta mesmo com preços represados (câmbio, energia, combustíveis). Uma hora haverá de ser feito esse ajuste. E, em se mantendo a nova matriz econômica, tende a aumentar - inflação é igual gravidez, só cresce.

A Tempestade virou marola?

Outra questão que tenho recebido com grande frequência diz respeito à “Tempestade Perfeita”, tese apresentada originalmente por Delfim Netto. A hipótese mais pessimista sobre a economia e os mercados financeiros a curto prazo foi referendada, em menor ou maior grau, por outros grandes economistas e gestores, como Armínio Fraga e Luis Stuhlberger.

Nós mesmos aventávamos a possibilidade da Tempestade Perfeita - ênfase em possibilidade, que seria catalisada necessariamente por um evento exógeno, vindo do exterior. Afinal, do que se tratava a tal Tempestade?

A partir de slide de dezembro do ano passado:

A tempestade perfeita

Agora, combinando ao efetivamente ocorrido: sofremos de fato o rebaixamento do rating no início do ano, e convivemos com alertas de potencial rebaixamento adicional; o término do programa de afrouxamento quantitativo do Banco Central americano agora tem data marcada para acontecer: outubro, segundo o Federal Reserve.

A China segue crescendo mas com desequilíbrios de liquidez. Não deixou de ser incógnita

Veja bem: a retirada dos estímulos nos EUA, um dos principais eventos no sentido de fuga de capitais, representará o enxugamento de cerca de US$ 3 trilhões de dólares dos mercados, MAS ELE SEQUER COMEÇOU.

Já poderíamos estar sentindo uma antecipação destes efeitos, coisa que as intervenções no mercado de câmbio e o rali pontual da Bolsa têm mascarado.

Está havendo uma redução da expansão monetária, o que não deixa de ser expansão, injeção de estímulos. A contração ainda está por vir e será acompanhada de subida da taxa de juros nos EUA em segundo momento, em 2015.

Como podemos afirmar que o que sequer aconteceu não nos atingiu?

Pode melhorar com a Dilma

Os leitores mais superficiais insistem em dizer o contrário, mas temos defendido que não há relação partidária em nossas análises. Talvez se lessem o conteúdo completo, incluindo o que tem ido para o PRO, pudessem mudar de opinião. A tese é exclusivamente econômica e financeira - em linha com nossa razão de existir. Em tempo: o convite a provar o contrário segue de pé.

Mas tudo bem, aceito também a intransigência, não é este o ponto do debate aqui...

A crítica do fim do Brasil não é ao Brasil, a um partido específico, tampouco à Dilma. É uma crítica à política econômica atual, à tal nova matriz econômica, de intervenções truculentas, represamento de preços da economia e falha na condução das expectativas.

Novamente, para quem ainda não viu a série, e, principalmente, para quem ainda não leu e está comentando, destaco a primeira frase do primeiro capítulo do estudo:

O Brasil acabou. Metaforicamente, claro. A quinta economia do mundo, o merecimento pela presença entre os BRICs, o rótulo de efetiva democracia liberal com respeito aos contratos.Tudo isso, ao menos momentaneamente, foi perdido.


Do que a série trata? (também da primeira página do primeiro capítulo):

Neste primeiro capítulo, apresentamos três grandes seções. A primeira contextualiza o problema. A segunda relaciona o esgotamento do modelo de crescimento brasileiro, entre outras coisas, a um erro de diagnóstico do atual governo - se não temos o diagnóstico correto, como podemos prescrever um prognóstico? E encerramos com recomendações de cunho macro adequadas ao atual panorama.


Trocando em miúdos, defendemos que há de se ter um ajuste, e nada impede que ele seja conduzido pela situação. Para tal, basta que reconheçam que houve falhas de diagnóstico e que um ajuste é necessário. Simples assim.

Mesmo que haja troca de governo o prognóstico é para um 2015 muito difícil, uma vez que o ajuste é inevitável. E mesmo que não haja, uma Dil(me)a culpa por si só já melhoraria o espírito dos agentes econômicos.

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

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