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Açúcar: Agradeça aos fundos

Publicado 18.03.2024, 11:53
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O mercado futuro de açúcar em NY encerrou a semana a 22.13 centavos de dólar por libra-peso uma alta expressiva de 95 pontos equivalentes a 21 dólares por tonelada comparativamente ao fechamento da semana anterior. Agradeça aos fundos. O COT (Commitment Of Trades), relatório dos comitentes, publicado nesta sexta-feira pelo CFTC (Commodity Futures Trading Commission), agência independente do governo dos Estados Unidos, que regula os mercados de futuros e opções das commodities, com base na posição de terça-feira mostra que os fundos especulativos estavam long (comprados) em 18,335 lotes depois de estarem zeradas na terça da semana anterior.

É imperativo não interpretar a compra entusiasmada dos fundos como um indicativo direto de uma mudança nos fundamentos subjacentes que regem o mercado de commodities. Tal atividade pode ser motivada por fatores secundários, como os lucros substanciais acumulados recentemente pelo impressionante aumento de 27% no preço do cacau somente nesta semana. Após capitalizarem significativamente com o cacau, podem estar diversificando seu portfólio e direcionando seus recursos para outras commodities dentro do grupo das soft commodities. As medidas regulatórias e de gerenciamento de risco adotadas pela ICE (a bolsa de futuros de NY) em resposta a essa volatilidade exacerbada. No caso específico do mercado de cacau, a bolsa reagiu ao aumento desenfreado nos preços e à especulação excessiva aumentando a margem de garantia e reduzindo o limite de posição máxima para os contratos de primeiro vencimento. Essas ações são tomadas para tentar estabilizar o mercado, mitigar o risco de flutuações de preços extremas e garantir um ambiente de negociação mais controlado e menos propenso a distorções. Resumindo, por que não ir para o açúcar?

Curiosamente as previsões de produção de cana para o Centro-Sul publicadas por vários analistas mostram uma redução no volume de cana entre 6-10%, no entanto, as principais usinas não mostram redução dessa magnitude. Embora ainda tenha muita água para correr debaixo da ponte, principalmente na maior incógnita que é o clima, em condições normais a produção de açúcar deve ficar entre 41-42 milhões de toneladas e não vai trazer estresse no mercado mundial.

As projeções recentemente divulgadas por diversos analistas quanto à produção de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil indicam uma possível redução no volume de produção, estimada entre 6 a 10%. Este dado chama atenção, especialmente ao considerarmos que, até o momento, as principais usinas da região não têm reportado diminuições em suas produções que se alinhem a essa faixa de retração. Essa discrepância sugere que, embora as estimativas apontem para uma tendência de decréscimo na produção, o impacto real nas operações das usinas pode não ser tão acentuado quanto o previsto. A variável mais imprevisível e potencialmente transformadora permanece sendo o clima.

Não há dúvidas que os fundos podem levar o mercado pra cima se eles assim entenderem que existe oportunidade e dinheiro em caixa e entrarem comprando futuros agressivamente. As fixações das usinas estão bem altas (ao redor de 75%) e concentradas nos vencimentos maio/24 e julho/24 e uma eventual avalanche compradora não encontraria contraparte para satisfaze-la. Essa é a vulnerabilidade do mercado. Só não podemos embarcar em eventuais narrativas que surjam dando respaldo à alta, mas adulterando os fundamentos. No momento, não há estresse na oferta de açúcar.

Na quarta-feira noticias vindas da Índia (Reuters) sugeriram que o país deverá produzir 34 milhões de toneladas de açúcar, acima das previsões anteriores. Um forte lobby por parte das usinas deve ocorrer para que o governo indiano libere para a exportação entre 1 e 2 milhões de toneladas de açúcar após as eleições que ocorrerão em maio. Pessoas próximas a esses comitês acreditam que a Índia não vai exportar nada neste ano, no entanto, caso isso ocorra, o simbolismo que pode representar uma exportação – ainda que em pouca quantidade – vai provocar um impacto baixista no mercado.

Nosso analista Marcelo Moreira acredita que o maio/24, após negociar na mínima da semana a 21.13 centavos de dólar por libra-peso, encontrou força compradora conseguindo encerrar 100 pontos acima. Importantes suportes agora estão no 21.60 e 20.50 com resistências relevantes somente no 23.10/23.50/23.80 centavos de dólar por libra-peso.

A intervenção política de Lula na Petrobras (BVMF:PETR4) afeta o setor sucroalcooleiro, que ainda tem vívido na memória os anos turbulentos em que a súcia petista esteve no poder, em especial durante a administração trevosa de Dilma Rousseff. Nos seis anos sob o comando da mais disléxica e disfuncional presidente da República – e olha que mediocridade tem sido uma exigência imperiosa no currículo de quem ocupa o Planalto nos últimos 20 anos, exceção feita ao presidente Temer –, o setor perdeu em receita e fatia de mercado algo próximo dos R$ 80 bilhões a valores de hoje. Só faltaria ao mendaz do Planalto obrigar as usinas a maximizarem a produção de etanol para baixar a inflação, por exemplo.

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