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A queda repentina da Nvidia (NASDAQ:NVDA) nesta semana, que eliminou mais de 3% do valor de mercado de uma empresa vista como símbolo da inteligência artificial, tirou os mercados de sua calmaria nas férias de meio de ano.
Não há dúvidas sobre o papel central da Nvidia em moldar uma das transformações tecnológicas mais profundas do nosso tempo. Seus chips estão no centro de avanços em aprendizado de máquina, computação em nuvem e infraestrutura de dados. Seu domínio é real e sua relevância é duradoura.
Ainda assim, o fato de um tropeço de uma única empresa abalar o mercado inteiro é um alerta claro. Isso mostra que capital demais foi concentrado em poucos nomes, e que a complacência se instalou justamente quando as avaliações atingem níveis não vistos desde a bolha das “ponto com”.
O Nasdaq 100 agora é negociado a cerca de 27 vezes o lucro projetado, múltiplo que exige perfeição tanto na execução corporativa quanto no ambiente macroeconômico. O grupo conhecido como “7 Magníficas” sustentou grande parte do desempenho das bolsas globais, levando índices a recordes históricos.
Essa concentração, porém, significa que a estabilidade aparente do mercado é mais frágil do que parece. Quando a Nvidia cai, todo o edifício balança.
A crença na IA como motor de crescimento desta década é justificada. A oportunidade não está em questão. O problema é que muitos investidores se posicionaram de forma exposta demais. A IA vai muito além de uma ou duas ações. É um ecossistema que engloba centros de dados, cibersegurança, semicondutores além da Nvidia, plataformas de nuvem e setores como saúde e finanças, que incorporam inteligência artificial em seus modelos de negócio.
Os ganhos não ficarão restritos às grandes empresas do Vale do Silício. Eles serão globais e distribuídos entre diferentes setores. O desafio para o investidor é reconhecer essa amplitude e se posicionar de acordo.
A volatilidade desta semana ocorre em um momento crucial para a política monetária. O mercado precifica quase integralmente um corte de juros em setembro, com expectativa de outro até o fim do ano. Os rendimentos dos Treasuries recuaram após a queda liderada pela Nvidia, refletindo a percepção de que a política será mais flexível no outono. Mas a inflação segue errática, os dados de emprego enfraqueceram e as pressões tarifárias ainda estão presentes.
Não há garantia de que o Federal Reserve se moverá tão rápido ou suavemente quanto o mercado projeta.
Investidores concentrados em poucas ações caras de tecnologia assumem um risco duplo: a concentração em papéis que dominam os índices e a dependência de cortes de juros para sustentar essas avaliações.
Se Jerome Powell adotar tom menos “dovish” em Jackson Hole do que o esperado, ou se um novo choque inflacionário exigir cautela, os efeitos serão amplificados justamente nas megacaps mais expostas.
Outro fator de incerteza é a geopolítica. O presidente Donald Trump intensificou esforços por negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, incentivando ambos os lados a mostrar flexibilidade. Qualquer progresso é positivo, mas o caminho até uma resolução é longo e sujeito a retrocessos.
Os mercados globais estão rápidos demais e interconectados demais para depender de um único tema ou região. Manchetes sobre geopolítica, energia ou comércio podem alterar o sentimento em questão de minutos.
E onde isso deixa os investidores globais? A lição é clara: a volatilidade em torno da Nvidia não é motivo para abandonar a IA, mas para abordá-la de forma mais inteligente.
A verdadeira oportunidade está em participar do ecossistema mais amplo, não em perseguir apenas os nomes que já multiplicaram de valor.
Além dos semicondutores, há imenso potencial em empresas que constroem a infraestrutura da IA, em desenvolvedores de software que criam aplicações para diversos setores e em companhias globais que adotam IA para aumentar eficiência e produtividade. É aí que deve surgir a próxima onda de crescimento.
A diversificação é a ferramenta mais poderosa disponível. Isso significa diversificar dentro da IA, entre setores e entre geografias. Também implica reconhecer que portfólios não devem ser unidimensionais, voltados apenas para megacaps americanas, por mais dominantes que pareçam hoje.
A revolução da IA é global. Oportunidades na Europa, na Ásia e em mercados emergentes serão decisivas para capturar todo o seu alcance.
A turbulência que acabamos de presenciar não marca o fim do boom da IA. É um lembrete de que os mercados nunca seguem em linha reta, que a concentração gera fragilidade e que quem não se prepara para choques é quem mais sofre quando eles ocorrem.
A inteligência artificial continuará a transformar a economia global, e a Nvidia permanecerá no centro desse processo. Mas ela não é a história toda.
Investidores que ampliarem sua visão agora, em vez de esperar por um novo choque para forçar a mudança, estarão melhor posicionados para capturar o poder de geração de riqueza da IA nos próximos anos.
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