Os preços médios das negociações envolvendo o açúcar cristal branco continuam em queda no mercado spot de São Paulo. Ainda que este seja período de entressafra, a demanda para pronta-entrega segue desaquecida, mantendo enfraquecidos os valores da saca do cristal. Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário de desvalorização no Brasil é verificado mesmo diante da reação nos preços externos do açúcar. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato Março/25 do açúcar demerara voltou a fechar na casa dos 20 centavos de dólar por libra-peso no encerramento da semana passada. Preocupações com a oferta mundial de açúcar têm dado suporte às cotações internacionais.
ETANOL: Com baixa oferta, preço do hidratado continua avançando
A demanda pelo etanol hidratado esteva baixa ao longo da última semana no mercado spot do estado de São Paulo. Pesquisadores do Cepea indicam que, com volume expressivo negociado em janeiro, neste momento, as compras de distribuidoras no spot têm ocorrido de forma pontual. Apesar disso, levantamento do Cepea mostra que os preços dos biocombustíveis seguiram praticamente estáveis. A sustentação veio da postura dos vendedores, que, com baixa disponibilidade, estão firmes nos valores pedidos. Entre 10 e 14 de fevereiro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou em R$ 2,8541/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), avanço de 0,72% no comparativo ao período anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 3,2604/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins), pequena queda de 0,85% no mesmo comparativo. Agentes de mercado consultados pelo Cepea acreditam que a comercialização dos biocombustíveis deve voltar a se aquecer na semana que vem, período que antecede o recesso de carnaval.
TRIGO: Retração vendedora e valorização externa mantêm preço em alta
Os preços do trigo continuam avançando no mercado nacional. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação vem do período de entressafra, da retração de vendedores – que aguardam novas altas nas cotações – e da valorização externa. Esse cenário, atrelado aos elevados volumes importados em meses anteriores e à dificuldade de repasse de novos reajustes positivos do trigo aos derivados, mantém baixa a liquidez doméstica. No campo, em relatório divulgado neste mês, a Conab estimou a área de 2025 em 2,1% menor que a anterior, para 3 milhões de hectares. Por enquanto, a expectativa é de que a produtividade média nacional possa aumentar em 18%, para 3,04 toneladas/ha, o que geraria oferta de 9,12 milhões de toneladas, 15,6% maior que a temporada anterior. Pesquisadores do Cepea ressaltam que o cultivo de trigo deve se iniciar em meados de abril/25 nos principais estados.