Enquanto os preços do açúcar cristal branco no mercado spot do estado de São Paulo encerraram junho em queda, as cotações externas subiram. Como resultado, levantamento do Cepea aponta que as vendas domésticas perderam vantagem sobre as exportações, cenário não era visto desde a primeira semana oficial da safra 2024/25, em abril. De 24 a 28 de junho, a média do Indicador do Açúcar Cristal CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, foi de R$ 134,31/saca de 50 kg, e a das cotações do contrato nº 11 da ICE Futures (vencimento Julho/24), de R$ 144,59/sc. Assim, as vendas externas remuneraram 7,65% a mais do que o spot paulista. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão sobre as cotações domésticas vem da demanda enfraquecida.
ETANOL: PREÇOS SOBEM PELA 3ª SEMANA CONSECUTIVA
Os preços do etanol subiram pela terceira semana consecutiva. Segundo pesquisadores do Cepea, o suporte vem sobretudo da postura ainda firme do vendedor, que mostrou baixo interesse de negociação. Além disso, agentes de usinas estão atentos à atratividade das vendas de açúcar ao mercado externo, impulsionadas, por sua vez, pela forte valorização do dólar frente ao Real. Assim, entre 24 e 28 de junho, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado fechou em R$ 2,4665/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 2,29% frente ao período anterior. Para o anidro, o Indicador foi de R$ 2,7348/litro (líquido de PIS/Cofins), acréscimo de 0,53% no mesmo comparativo. Quanto à safra sucroenergética 2024/25 no Centro-Sul, a colheita e a moagem de cana-de-açúcar vêm avançando favorecidas pelo clima. Do lado da demanda, a procura na ponta varejista, principalmente do estado de São Paulo, se mantém firme, sustentada pelo cenário vantajoso do biocombustível frente à gasolina.
TRIGO: BAIXA OFERTA E DÓLAR SUSTENTAM ALTA DE PREÇOS EM JUNHO
Os preços do trigo se mantiveram em alta ao longo de junho, período de entressafra e de baixa disponibilidade do cereal. Segundo pesquisadores do Cepea, a valorização do dólar frente ao Real também deu suporte às cotações domésticas, à medida que encarece as importações do trigo. O ritmo de negociação, contudo, esteve lento em junho. Produtores voltaram as atenções à semeadura da próxima safra, e os vendedores ativos no spot pediram preços maiores em novos fechamentos. Do lado da demanda, muitos agentes de moinhos se mostraram abastecidos, sem necessidade de adquirir grandes volumes.