Algodão: Preços Internos da Pluma Apresentaram Dois Momentos Distintos em Julho

Publicado 12.08.2021, 16:32
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Os preços internos do algodão em pluma apresentaram dois momentos distintos ao longo de julho. Do início do mês até o dia 19, as cotações subiram com certa força, impulsionadas pela baixa oferta do produto no spot nacional – diante disso, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, chegou a atingir R$ 5,09/libra-peso no dia 19. Já a partir do dia 20 de julho, os valores se enfraqueceram, pressionados pelo menor interesse comprador e também pelo ligeiro aumento na oferta – cenário que levou o Indicador a operar abaixo de R$ 5/lp no encerramento do mês.

Entre 30 de junho e 19 de julho, os preços do algodão subiram 8,6%. Em seguida, até o dia 30 de julho, houve queda de 2,6%. Ainda assim, no balanço do mês, houve alta de 5,8% no acumulado. A média do Indicador foi de R$ 4,985/lp no mês, 2% maior que a de junho/21 e 80,7% acima da de julho/20, em termos nominais. Já em termos reais (valores corrigidos pelo IGPDI, base junho/21), a média de julho ficou 37,4% superior à de julho/20. Na média do mês, o Indicador esteve 13,5% acima da paridade de exportação, sendo a menor diferença em três meses.

MERCADO INTERNACIONAL – Entre 30 de junho e 30 de julho, o dólar se valorizou 4,5% frente ao Real, fechando a R$ 5,195 no último dia útil do mês. O Índice Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) subiu 3,78% no mesmo período, a US$ 1,0025/lp no dia 30. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship) subiu 8,6%, a R$ 4,5405/lp (US$ 0,8737/lp) no porto de Santos (SP) e a R$ 4,5511/lp (US$ 0,8757/lp) no de Paranaguá (PR). Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o vencimento Out/21 fechou a US$ 0,8983/lp no dia 30, elevação de 5,05% frente ao dia 30 de junho. O contrato Dez/21 fechou a 0,8939/lp, avanço de 5,29% na mesma comparação. O contrato Mar/22 se valorizou 5,15%, a US$ 0,8907/lp, e o Mai/22, 4,72%, a US$ 0,8844/lp. EXPORTAÇÃO – Dados da Secex mostram que, em julho/21, foram exportadas 61,4 mil toneladas de algodão, 39% a menos que em junho/21 e 20,6% abaixo do volume de julho de 2020. Quanto aos preços, considerando-se o dólar médio de R$ 5,163, o algodão foi comercializado à média de R$ 3,9019/lp (US$ 0,7557/lp), 2,7% inferior ao de junho/21, mas 17,3% acima do de julho/20.

IMPORTAÇÃO DA CHINA – De acordo com o Departamento de Alfândegas da China, em junho/21, o País importou 170 mil toneladas de algodão em pluma, 90,6% a mais que em junho/20. Entre janeiro e junho de 2021, a China importou 1,55 milhão de toneladas, 72,2% acima do volume do mesmo período de 2020 (900 mil toneladas).

FIO – No geral, as fiações apontaram melhora em suas vendas em julho frente a junho, com demanda relacionada à produção de coleções de verão. Mesmo assim, agentes indicaram que as vendas ainda ficaram aquém do esperado, dificultando os repasses de preços. Ainda assim, em média, os preços dos “fios penteados” subiram 63,6% entre julho/20 e julho/21 e os de fios “open end”, 59%.

PRODUÇÃO FÍSICA – Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que, de maio/21 a junho/21 (informações mais recentes), a atividade industrial (com ajuste sazonal) subiu ligeiro 1,8% para o setor de “fabricação de produtos têxteis”, mas caiu 1,2% para o de “confecção de artigos do vestuário e acessórios”. No acumulado dos últimos 12 meses, os mesmos setores registraram aumento de 19,9% e elevação de 5,8%, respectivamente.

CONAB – Em relatório divulgado no dia 8 de julho, a Companhia Nacional de Abastecimento seguiu estimando a área brasileira em 1,37 milhão de hectares em 2020/21, 17,9% inferior à da safra passada. A produtividade de algodão em pluma foi prevista em 1.713 kg/ha (-4,9%), o que deve gerar 2,342 milhões de toneladas, com recuo de 22% sobre a oferta de 2019/20. A Companhia estimou aumento de 19,2% no consumo interno frente à safra passada, para 715 mil toneladas. Com oferta e disponibilidade menores, as exportações poderão diminuir 5,6% em relação às da safra 2019/20, para pouco mais de 2 milhões de toneladas. Já a projeção para o estoque final é de volume 21,4% menor que o excedente da temporada anterior.

CAROÇO – Os preços do caroço cederam em partes das regiões, devido à resistência compradora. A oferta ainda é restrita no spot, e agentes seguem cumprindo contratos a termo, contexto que mantém baixa a liquidez. Segundo informações captadas pelo Cepea, o preço médio do caroço no mercado spot em julho/21 em Barreiras (BA) foi de R$ 1.789,24/t, avanços de 1,9% em relação ao mês anterior e de expressivos 101,9% sobre o de julho/20 (R$ 886,15/t), em termos reais – as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI de junho/21. Em Campo Novo do Parecis (MT), a média subiu 1,9% na variação mensal e significativos 133,7% na anual, indo para R$ 1.789,24/t em julho. Em Lucas do Rio Verde (MT), a média de julho foi de R$ 1.772,44/t, queda de 8,2% frente à de junho/21, mas alta de 137,2% em relação à de julho/20. Em Primavera do Leste (MT), houve baixa de 12,5% no mês, mas ainda com expressiva alta de 131,11% no ano, a R$ 1.852,50/t em julho/21.

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