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Alinhamento de Preços

Publicado 20.01.2015, 11:18

Continuamos acompanhando com uma lupa os movimentos da nova equipe econômica no esforço de tentar equacionar a dura herança deixada pela equipe do mandato anterior. Chama atenção a cautela do ministro Levy, anunciando medidas sem surpresas ou pacotes fechados. Desde a posse, no início de janeiro, uma série delas já foram anunciadas.

Foi elevada a TJLP (5% a 5,5%) para os empréstimos do BNDES, o PSI foi readequado, os recursos dos ministérios foram “contingenciados” até a aprovação do Orçamento deste ano, as taxas de financiamento da CEF elevadas a 11%, os benefícios previdenciários e educacionais se tornaram mais rigorosos na concessão, e outras medidas continuam em discussão. Comenta-se sobre o retorno da Cide (taxação sobre a gasolina), o que deve gerar um “caixa” em torno de R$ 12 bilhões para este ano, assim como o retorno do IPI para os bens duráveis, o aumento do PIS/Cofins para importações e uma maior taxação sobre cosméticos. Comenta-se também sobre a necessidade de “harmonização tributária” sobre os veículos de investimento, com o IR para as LCI e LCAs. Sobre estes possíveis ganhos de receita, fala-se em mais R$ 30 bilhões, o que não deixa de ser uma proeza, diante do crescimento pífio previsto para este ano.

Enfim, Levy e sua turma colocaram a “mão na massa”, recordando o bem sucedido início de mandato do governo Lula em 2003/04, sob a batuta de Palocci e Henrique Meirelles. Este, aliás, é um ponto a ser destacado. Levy pode vir a ter a mesma importância que teve Meirelles na gestão econômica do ciclo Lula. É possível afirmar, inclusive, que foi Meirelles que tornou possível o “sucesso relativo” do seu governo, sem esquecermos a boa liquidez mundial e a alta das commodities.

O fato é que esse início promissor da equipe econômica já começa a gerar um “alinhamento dos preços da economia”, quais sejam, a inflação, o juro, inclusive, no mercado futuro, e a taxa de câmbio. Esta, em meados de dezembro chegou a ser negociada a R$ 2,71, diante da indefinição de como seria a política cambial do segundo mandato, além dos vários ruídos gerados pelos desencontros na montagem do fraco ministério, a operação Lava Jato tomando os noticiários, e o cenário externo ainda indefinido. Desde o discurso dos membros da equipe econômica, e com Tombini reforçando que seria mantida a política cambial de venda no futuro através de contratos de swap, além do possível adiamento da elevação de juro pelo Fed, a moeda norte-americana veio “derretendo”, negociada na semana passada próxima a R$ 2,63. Em 2014, a depreciação cambial chegou a 13,4% e as operações de swap somaram US$ 106 bilhões.

O BACEN acredita que com a gestão da Fazenda tomando a frente na necessidade de um ajuste fiscal mais forte, no controle da demanda agregada, a pressão deve ser menor, o que, inclusive, representaria uma maior parcimônia na elevação do juro ao longo deste ano. Se há duas semanas acreditava-se na elevação do juro em um ponto percentual, na reunião desta semana, dias 20 e 21 de janeiro, agora, são maioria os que acreditam em apenas 0,5 ponto percentual, com a Selic elevada a 12,25%. Depois será possível mais um ajuste de 0,25 p.p. finalizado o ciclo de juro, a 12,5% anuais.

Sobre a inflação, são variados os fatores a explicar seu desempenho, talvez mais crítico neste início de 2015. Para o IPCA de janeiro, por exemplo, as projeções indicam uma taxa em torno de 1,0% a 1,2%, impactada pelo reajuste de energia elétrica, pelas tarifas mais altas de transporte urbano em várias capitais, pela alta dos alimentos in natura, impactados por fatores climáticos, pelas mensalidades e material escolar mais caros e pelo reajuste do salário mínimo em 8%, elevando a demanda por serviços. Estes impactos, no entanto, devem se concentrar mais neste primeiro trimestre, ou mais tardar, ao fim do semestre, o que deve elevar a inflação em 12 meses acima de 6,5%. Ao fim do ano, no entanto, acredita-se que a inflação deve perder força, até porque a economia não deve crescer neste ano, repetindo o fraco desempenho de 2014.

Com isto, teríamos o IPCA entre 6,7% e 7,0% neste ano, mas devendo desacelerar em 2016 a 5,0/5,5%. A convergência para a meta seria, então, adiada para 2017. Para isto, no entanto, a coesão da equipe econômica teria que ser mantida, assim como estaria blindada contra o vários focos contrários, de dentro do governo e entre as hostes esquerdistas do PT.

Bom, considerando todos estes fatos, já daria para prever um alinhamento gradual destes preços da economia neste mandato, até 2018, inclusive, abrindo espaço para a retomada do crescimento entre o final deste ano e o início do próximo. Importante salientar, também a importância de um cenário externo “mais controlado” neste ano, com a economia norte-americana mantendo o ritmo de recuperação de crescimento do PIB, em torno de 2,5% a 3,0%, a Zona do Euro abrindo espaço para um relaxamento monetária, a “la QE”, semelhante do feito pelo Fed e a China desacelerando, mas sem grandes solavancos (sobre este tema, tratemos nesta semana).

Trajetória da Taxa de Câmbio

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