Sem grandes novidades nas origens e também do lado da demanda, os futuros do café mantiveram o movimento lateral nos últimos dias. Os agentes de mercado seguem atentos ao desenvolvimento da safra brasileira 2016/17, neste período em que as condições climáticas têm forte influência sobre os volumes que serão colhidos no próximo ano.
A Fundação Procafé divulgou os resultados de seu monitoramento, realizado em outubro, nas regiões Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Mogiana Paulista. De forma geral, a elevada temperatura, associada à irregularidade das chuvas, aumentou a demanda evapotranspirativa dos cafeeiros, podendo causar danos nas próximas safras, caso não haja reposição total de água.
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apurou que as chuvas ocorridas entre o final de outubro e início de novembro proporcionaram novas floradas em todas as praças de café arábica. Porém, as altas temperaturas e o baixo volume de precipitações, até meados de outubro, prejudicaram o “pegamento” das primeiras floradas. O quadro abaixo (clique para ampliar) resume as informações disponibilizadas pela instituição.
Fonte: Cepea
Segundo a Climatempo, para a próxima semana não há previsão de volumes significativos de chuvas sobre as regiões cafeeiras do Sudeste do Brasil. Entre 17 e 21 de novembro, os mapas meteorológicos indicam precipitações da ordem de até 30 mm sobre as principais origens nacionais.
O Cepea também apresentou dados que ilustram o quadro econômico desfavorável à aquisição dos insumos necessários para a realização dos tratos culturais recomendados, após as recentes chuvas. De acordo com nota divulgada pela instituição, “no Cerrado Mineiro, para que o produtor adquira uma tonelada de ureia neste início de novembro, é necessário o equivalente a 3,33 sacas de 60 kg de café arábica do tipo 6 bebida dura para melhor a preço regional e, há um ano, bastavam 2,85 sacas de café. No Noroeste do Paraná, o produtor precisa de 3,5 sacas de café tipo 6 neste início de mês para adquirir o mesmo insumo, 0,57 saca a mais que há um ano. Em São Paulo, a compra atual requer 0,65 saca a mais, com uma tonelada de ureia equivalendo a 3,54 sacas de café”.
Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,1875 por libra-peso, acumulando perdas de 240 pontos ante o fechamento da sexta-feira antecedente. Na ICE Futures Europe, o contrato futuro do café robusta com vencimento em janeiro/2016 encerrou o pregão a US$ 1.609 por tonelada, com alta de US$ 5 em relação ao final da semana anterior.
O dólar comercial foi cotado, ontem, a R$ 3,7672 com variação positiva de 0,1% ante o fechamento da última sexta. Os principais fatores de influência na precificação da moeda norte-americana continuam sendo a instabilidade política e econômica do País, a perspectiva de alta dos juros dos Estados Unidos e as intervenções do Banco Central do Brasil no mercado cambial.
No mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 465,34/saca e a R$ 375,54/saca, respectivamente, com variação de -0,2% e 0,1% em relação ao fechamento da semana passada.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo