Entre a tensão política local e internacional e questões econômicas, o mercado ontem “andou de lado”, em vista ao contexto mais incerto, com expectativas sobre as decisões de política monetária e BNDES.
Gustavo Montezano, atual secretário especial adjunto de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia foi sócio do BTG (SA:BPAC11) e goza da confiança e proximidade do ministro Paulo Guedes, o que praticamente encerra o episódio com Levy no curto prazo.
No exterior, ao final da sessão de ontem, Trump reiterou a possibilidade de elevar a taxação de 25% contra uma série de produtos chineses e elevou a tensão internacional e as atenções hoje se voltam aos discursos de membros BCE no fórum em Sintra, Portugal.
Draghi reiterou aquilo que citamos alguma vezes, que os estímulos na Zona do Euro estão no caminho para ocorrerem novamente, caso não haja reação econômica e tal declaração “draga” o rendimento de títulos mundo afora, com os do tesouro alemão de 10 anos aos -0,30% pela primeira vez, se espalhando para os EUA, onde os de também 10 anos atingiram o menor nível desde setembro de 2017, a 2,0406%.
O único a reclamar dos estímulos do BCE foi Trump, o qual não deve ter entendido efetivamente o que se chama de estímulos, como se fosse taxações ou auxílio direto às empresas.
O Japão, com seus juros negativos, está contido na mesma armadilha, sendo necessário manter por tempo indeterminado os programas de alívio quantitativo.
Unem-se tais eventos com a reunião do FOMC, de onde aguardam-se as informações de um corte de juros em julho e do COPOM, onde a incerteza de tais sinais não se reflete nas curvas de juros futuros.
Isso confere uma abertura positiva ao mercado hoje, na expectativa pelo primeiro dia reuniões de comitês de política monetária.
O mundo está montando novamente a armadilha de liquidez da qual não consegue sair.
CENÁRIO POLÍTICO
A imprensa ontem atribuiu a uma fala mal interpretada de Onyx sobre o texto da previdência à um movimento um pouco mais forte de alta do dólar, o que foi prontamente ‘corrigido’ pelo ministro.
Coincidentemente, tal movimento da divisa bateu com um movimento global do dólar, tanto na alta, quanto na recuperação do ativo.
Ou seja, a famosa procura por ‘pêlo em ovo’, ou uma desculpa para qualquer movimento mais atípico dos ativos.
O pior sinal de ontem foi a recuperação judicial da Odebrecht, a maior da história, com quase R$ 100 bi.
É o amalgama das políticas desenvolvimentistas dos governos anteriores, em especial da ex-presidente Dilma Rousseff, que levou o país à pior recessão de sua história.
E a conta veio para nós todos. Neste caso, com bancos estatais como maiores credores, não é uma recuperação judicial, é uma implosão programada.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com a fala de Draghi sobre estímulos na economia.
Na Ásia, o fechamento foi misto, pela expectativa com a decisão de juros nos EUA.
O dólar opera em alta consistente contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas no geral.
O petróleo abre em queda, com temores de crescimento econômico mais modesto.
O índice VIX de volatilidade abre em queda de 1,5%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,8889 / -0,19 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,276%
Dólar / Yen : ¥ 108,30 / -0,221%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / -0,056%
Dólar Fut. (1 m) : 3905,50 / 0,15 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,92 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 6,03 % aa (0,17%)
DI - Janeiro 23: 7,00 % aa (0,57%)
DI - Janeiro 25: 7,56 % aa (0,67%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,43% / 97.623 pontos
Dow Jones: 0,09% / 26.113 pontos
Nasdaq: 0,62% / 7.845 pontos
Nikkei: -0,72% / 20.973 pontos
Hang Seng: 1,00% / 27.499 pontos
ASX 200: 0,60% / 6.570 pontos
ABERTURA
DAX: 0,743% / 12175,57 pontos
CAC 40: 1,111% / 5450,85 pontos
FTSE: 0,516% / 7395,25 pontos
Ibov. Fut.: -0,24% / 98666,00 pontos
S&P Fut.: 0,000% / 2891,90 pontos
Nasdaq Fut.: 0,501% / 7572,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,35% / 77,50 ptos
Petróleo WTI: -0,60% / $51,62
Petróleo Brent:-0,64% / $60,55
Ouro: 0,44% / $1.345,50
Minério de Ferro: -0,15% / $104,17
Soja: 1,34% / $15,91
Milho: -1,59% / $446,00
Café: -0,62% / $95,20
Açúcar: -0,95% / $12,52