A parte de boatos infundados da saída do ministro Paulo Guedes, os investidores na sessão de ontem reagiram à mais um possível retrocesso na guerra comercial entre China e EUA, com a China endurecendo as negociações e com o adiamento da reforma da previdência no senado.
A partilha da cessão onerosa continua a gerar os ‘desencantos’ observados nos últimos dias, como a perda de adicionais R$ 76 bi na reforma e o atraso de ontem vem somente a coroar a reação antiviral do fisiologismo político à nova realidade.
O governo tem na partilha uma infeliz moeda de troca, da qual deverá elevar as participações de estados e municípios, de forma a retomar em partes o que ocorria antes no Brasil, o famoso ‘toma-lá-dá-cá” para evitar uma sangria ainda maior da reforma.
No exterior, após as notícias de retirada de pontos do acordo comercial entre China e EUA, a ida de Liu He para negociar diretamente é considerada um sinal positivo, com negociações comerciais de alto nível entre as duas maiores economias do mundo sendo retomadas nesta quinta-feira.
Analistas dizem que as autoridades chinesas parecem estar hesitando em buscar um amplo acordo comercial com os Estados Unidos, ainda assim, ambos os lados começaram uma nova rodada de negociações ontem, na tentativa de encerrar a prolongada guerra comercial.
Como a série de problemas em nível global parece não aliviar, hoje Boris Johnson, primeiro-ministro britânico avisou a Angela Merkel que um acordo com o Brexit é “essencialmente impossível”.
Tal notícia reverteu a melhora observada na Ásia com os pretensos avanços nas conversações entre China e EUA e a abertura tem sinal negativo em todos os mercados e na maioria das commodities.
Um dos motivos é, segundo o lado britânico, a falta da União Europeia ceder “sequer um centímetro” na proposta apresentada pelo premier, o qual parece esquecer todas as agruras já passadas no processo desde Thereza May e seu enorme fracasso.
Com tantos eventos de alto nível, resta agora aos investidores observar a agenda econômica do dia, altamente focada nas inflações aqui e no exterior, onde o IGP-DI retorna ao terreno positivo, com influência da pressão cambial nos índices em geral.
Já o PPI nos EUA deve permanecer na zona de controle, segundo as projeções, sem grandes percalços para o Fed executar seu plano de queimar ainda mais sua política monetária em um cenário de desemprego abaixo da NAIRU, atividade com breves sinais de desaquecimento e ainda, pressões presidenciais diárias.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com os temores da guerra comercial e Brexit.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, com o breve avanço na guerra comercial.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção à prata e ao ouro.
O petróleo abre em queda, com o cenário esteja incerto no crescimento global.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 6,16%
INDICADORES
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,1074 / 1,23 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / 0,173%
Dólar / Yen : ¥ 106,94 / 0,271%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / -0,456%
Dólar Fut. (1 m) : 4103,51 / 0,80 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,72 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,88 % aa (0,41%)
DI - Janeiro 23: 6,02 % aa (0,84%)
DI - Janeiro 25: 6,64 % aa (0,91%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,9293% / 100.573 pontos
Dow Jones: -0,3601% / 26.478 pontos
Nasdaq: -0,3280% / 7.956 pontos
Nikkei: 0,99% / 21.588 pontos
Hang Seng: 0,28% / 25.893 pontos
ASX 200: 0,45% / 6.593 pontos
ABERTURA
DAX: -1,090% / 11965,62 pontos
CAC 40: -0,892% / 5472,34 pontos
FTSE: -0,114% / 7189,75 pontos
Ibov. Fut.: -1,90% / 100661,00 pontos
S&P Fut.: -0,426% / 2925,00 pontos
Nasdaq Fut.: -0,497% / 7694,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,14% / 77,61 ptos
Petróleo WTI: -0,63% / $52,49
Petróleo Brent:0,07% / $58,17
Ouro: 0,66% / $1.503,25
Minério de Ferro: 0,40% / $92,55
Soja: 0,26% / $15,68
Milho: 0,26% / $387,50
Café: 0,41% / $97,50
Açúcar: -0,08% / $12,49