Publicado originalmente em inglês em 11/05/2021
- Divulga resultados na quinta-feira, 13 de maio, antes da abertura
- Expectativa de receita: US$ 27,83B;
- Lucro por ação: US$ 1,79.
Quando a gigante chinesa do comércio eletrônico Alibaba (NYSE:BABA) (SA:BABA34) divulgar seus resultados do quarto trimestre fiscal na quinta-feira, os investidores vão querer saber quais são as perspectivas para os negócios da empresa após a ofensiva do governo local sobre suas práticas anticoncorrenciais.
No mês passado, os órgãos reguladores chineses aplicaram uma multa recorde de US$ 2,8 bilhões à Alibaba por abusar da sua posição dominante contra rivais e outros comerciantes em suas plataformas de e-commerce. Como parte da penalidade, esses órgãos exigiram que a Alibaba fizesse uma grande reestruturação das suas operações e enviasse um “relatório de compliance” nos próximos três anos. Essa multa equivale a 4% das vendas anuais domésticas da companhia em 2019.
Contudo, o resultado da investigação de seis meses contra o império do comércio eletrônico fundado por Jack Ma foi menos grave do que muitos temiam. Em meio à investigação, as ações da Alibaba sofreram forte pressão vendedora, desvalorizando-se cerca de 30% desde então. Os papéis da empresa negociados nos EUA fecharam ontem a US$ 219,53.
Mas o pessimismo continua, mesmo com os executivos da empresa tentando tirar o foco do assunto e dar atenção à recuperação pós-pandemia. Uma razão para essa reação tímida dos investidores é que a multa veio com uma lista de “retificações” em algumas das práticas comerciais da companhia, como não forçar os comerciantes a escolher entre o Alibaba ou uma plataforma concorrente.
Segundo nota de Lina Choi, vice-presidente sênior da Moody’s Investors Service, no mês passado:
"As medidas corretivas exigidas provavelmente limitarão o crescimento da receita da Alibaba, já que restringirão uma expansão maior do seu market share. Além disso, os investimentos para reter comerciantes e atualizar produtos e serviços também reduzirão suas margens de lucro”.
Essas medidas, se implementadas, podem pesar sobre as margens do Alibaba, principalmente agora que a empresa enfrenta o ressurgimento de concorrentes, como JD.com (NASDAQ:JD) (SA:JDCO34) e Pinduoduo (NASDAQ:PDD). O Morgan Stanley estimou que os negócios de compras por grupos comunitários do Alibaba, uma forma popular de vender produtos de supermercado online, registraria perdas até o ano fiscal que se encerra em março de 2025. Fusões e aquisições também serão alvo de maior escrutínio daqui para frente.
Apesar das incertezas provenientes das ações antitrustes da China, o Alibaba continua sendo uma plataforma dominante na segunda maior economia do mundo. Em 2020, a base de usuários ativos do Alibaba teve expansão de 10%, alcançando 779 milhões de pessoas. Esse espaço de crescimento deve continuar no ambiente pós-pandemia, à medida que a recuperação econômica da China ganhe tração, graças ao seu mercado consumidor de massa.
Além da sua atividade principal de e-commerce, o Alibaba está expandindo rapidamente sua unidade de computação na nuvem. No último trimestre ela se tornou lucrativa pela primeira vez. A unidade é atualmente líder na China, com 40% de participação de mercado.
Conclusão
A gigante do comércio eletrônico chinês evitou o pior cenário na ofensiva antitruste do regime local: a divisão da empresa. Mesmo assim, os investidores não estão dispostos a apostar alto no futuro desse império digital, principalmente porque está sendo obrigado a encerrar muitas das suas práticas monopolistas, o que pode prejudicar seu potencial crescimento no futuro. Os resultados desta semana podem fornecer mais clareza sobre as projeções para os negócios da companhia.