EUA registram superávit orçamentário surpresa de US$ 27 bilhões em junho, impulsionado por tarifas
- Com a aproximação da temporada de balanços do segundo trimestre nos EUA, os investidores acompanham com expectativa crescente.
- O índice de referência S&P 500 renovou sua máxima histórica, embalado por um forte movimento de recuperação desde as mínimas de abril.
- Agora, os resultados das empresas serão decisivos para avaliar se os atuais níveis de valuation se justificam ou se há instabilidade no horizonte.
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A temporada de balanços do segundo trimestre em Wall Street começa na próxima semana, com a divulgação dos resultados financeiros de empresas como JPMorgan Chase, Citigroup, Wells Fargo, BlackRock, Bank of America, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Johnson & Johnson, United Airlines e Netflix.
Com o S&P 500 renovando máximas históricas após um forte rali desde as mínimas de abril, os investidores agora voltam suas atenções para os resultados corporativos, avaliando se o atual ritmo de valorização é sustentável.
Fonte: Investing.com
Do setor de tecnologia à indústria de transformação, cada segmento do S&P 500 enfrenta obstáculos relevantes neste trimestre. A temporada de balanços servirá como termômetro para entender como as empresas estão se adaptando e quais são suas projeções para a demanda nos próximos meses.
Veja os principais pontos de atenção nesta temporada de resultados:
Tarifas: o risco oculto para os lucros
O maior fator de incerteza neste trimestre é a escalada repentina nas tarifas comerciais dos EUA sob o governo de Donald Trump. Em 8 de julho, foram anunciadas tarifas de 50% sobre as importações de cobre, com ameaças adicionais envolvendo semicondutores e produtos farmacêuticos. O prazo para que 14 países cheguem a acordos termina em 1º de agosto, mas até agora apenas Reino Unido e Vietnã fecharam termos com os EUA.
O risco é que essas tarifas comprimam as margens de lucro e desestruturem cadeias de suprimento, sobretudo para multinacionais e fabricantes industriais. Estimativas de analistas indicam que esse impacto pode reduzir o crescimento dos lucros do S&P 500 em até 2 pontos percentuais no segundo trimestre.
Fonte: Investing.com
Embora a desvalorização de 7% no índice do dólar durante o segundo trimestre ajude parcialmente os exportadores americanos, os reais efeitos sobre os resultados líquidos começarão a aparecer apenas com os números desta temporada.
Expectativas para o crescimento dos lucros
Segundo a FactSet, os lucros das empresas do S&P 500 devem crescer 5,0% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado — uma desaceleração importante frente aos 13,7% registrados no primeiro trimestre. Embora esse seja o menor ritmo de expansão desde o quarto trimestre de 2023, as projeções mais conservadoras podem abrir espaço para surpresas positivas, desde que as companhias saibam navegar os desafios do período.
Fonte: FactSet
Desempenho por setor
- Serviços de comunicação: o setor deve apresentar a maior taxa de crescimento anual de lucros, com avanço estimado de +29,5%. Entre os destaques estão Meta Platforms, Netflix, Walt Disney, Verizon e AT&T.
- Tecnologia da informação: embalado pela demanda contínua por inteligência artificial e computação em nuvem, o setor deve reportar resultados sólidos. Empresas como Nvidia, Microsoft, Alphabet e Advanced Micro Devices devem figurar entre os principais destaques.
- Consumo discricionário: varejistas e empresas de comércio eletrônico enfrentam pressão vinda da desaceleração nos gastos das famílias e do aumento de custos operacionais. O setor inclui companhias como Amazon, Walmart, Home Depot, McDonald’s e Coca-Cola.
- Energia: empresas do setor energético, como ExxonMobil, Chevron e ConocoPhillips, podem registrar quedas nos lucros, em razão dos preços mais baixos do petróleo e do gás natural em relação ao mesmo período do ano anterior.
O que esperar do segundo semestre
Atenção especial deverá ser dada às projeções para o restante de 2025. Comentários sobre tarifas, pressões de custo e comportamento da demanda devem provocar reações expressivas nos preços das ações.
Empresas que demonstrarem capacidade de manter bons resultados mesmo diante de incertezas econômicas tendem a ser premiadas pelo mercado. Já aquelas que não superarem as estimativas de consenso correm o risco de sofrer correções acentuadas. Nesse ambiente, até mesmo pequenas decepções nos resultados ou nas projeções podem desencadear movimentos bruscos de baixa.
Ações-chave para acompanhar nesta temporada
O mercado acionário americano entra na temporada de resultados do segundo trimestre em um ponto delicado. A recuperação de quase 28% do S&P 500 desde abril elevou os múltiplos de valuation: o índice é negociado a um P/L projetado de 20,6 vezes, bem acima da média histórica de 15,8.
Esse cenário reduz a margem para frustração, sobretudo entre as ações de tecnologia e crescimento que lideraram o rali recente. O mercado espera crescimento robusto de lucros para justificar os atuais níveis de preço.
Diante desse panorama, utilizei o filtro de ações do InvestingPro para identificar companhias com projeções de crescimento superior a 50% tanto no lucro por ação quanto na receita. Apenas 19 ações atenderam a esses critérios.
Fonte: InvestingPro
Entre os destaques da seleção aparecem: Capital One Financial, CoreWeave, Truist Financial, Circle Internet Group, AngloGold Ashanti, Credo Technology, Xpeng, Astera Labs, TKO Group Holdings, IONQ, Celsius Holdings, Hims Hers Health e Tempus AI.
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