Bancos centrais dos EUA e da China disputam liderança nas reservas globais

A flexibilização quantitativa pode estar prestes a voltar.

1. A disputa está em andamento

O banco central da China está prestes a ultrapassar o Federal Reserve e reassumir a posição de maior autoridade monetária do mundo. O PBoC retomou oficialmente seu programa de afrouxamento quantitativo, e o Fed pode seguir o mesmo caminho em breve.

Fonte: Tavi Costa, Bloomberg

2. O principal motivo para o retorno da flexibilização quantitativa são as reservas bancárias

O indicador mais importante é o nível de reservas bancárias em relação ao tamanho da economia dos EUA. Quando essa proporção cai demais, o sistema começa a dar sinais de tensão, como ocorreu em setembro de 2019. À medida que a economia cresce, é natural que demande mais reservas para operar sem estresse, mas o volume atual vem diminuindo. A solução direta seria expandir novamente o balanço do Fed, ou seja, retomar o afrouxamento quantitativo.

Fonte: Milk Road Macro

3. A estratégia “ir grande ou quebrar” da OpenAI se torna pública

Documentos financeiros vazados revelam que a empresa está preparada para perder US$ 74 bilhões apenas em 2028, esperando atingir rentabilidade relevante apenas em 2030. Para este ano, a previsão também é agressiva: cerca de US$ 13 bilhões em receita, US$ 9 bilhões em consumo de caixa e uma taxa de queima próxima de 70% da receita. Pior: a OpenAI projeta que três quartos de sua receita em 2028 serão eliminados por prejuízos operacionais. Em comparação, a Anthropic estima alcançar o ponto de equilíbrio nesse mesmo ano. No total, a OpenAI deve consumir cerca de US$ 115 bilhões até 2029.

Os compromissos financeiros são gigantescos: até US$ 1,4 trilhão em oito anos para contratos de computação, quase US$ 100 bilhões para capacidade de data centers reserva e uma meta de US$ 200 bilhões em receita até 2030, cerca de 15 vezes o faturamento atual.

A mensagem é clara: há uma divergência estratégica profunda no setor. Enquanto a Anthropic adota uma expansão controlada, a OpenAI aposta em uma economia de risco extremo. A estratégia é simples, perder dezenas de bilhões agora para dominar o futuro. O problema é que 95% das empresas ainda não extraem valor econômico real da IA, e a OpenAI financia essa expansão não com receita (como fez a AWS), mas com capital de investidores, dívida e acordos com fornecedores, perdendo dinheiro em cada interação com o ChatGPT.

Esse cenário pode terminar de duas formas: a criação da empresa mais valiosa da história ou um alerta sobre o risco de superestimar a demanda futura. Não há meio-termo quando se queima caixa mais rápido do que qualquer startup da história.

Fonte: hedgie no X

4. Investidores idosos dominam o mercado acionário dos EUA

Segundo The Economist, “a alta do mercado acionário americano tem sido impulsionada, acima de tudo, por investidores mais velhos”. Americanos com 70 anos ou mais agora detêm 39% de todas as ações e fundos mútuos, quase o dobro do que era comum entre 1989 e 2009. Essa tendência reflete uma mudança de perfil: a tolerância ao risco entre os mais velhos aumentou expressivamente.

Fonte: The Economist via Mo El-Erian no X

5. A inflação medida pelo IPC dos EUA está desacelerando?

Embora não haja novos dados do IPC nesta semana, indicadores alternativos sugerem uma desaceleração expressiva da inflação, impulsionada por uma forte queda nos aluguéis, item que representa mais de 33% do cálculo total.

De acordo com a CoStar, os aluguéis recuaram 0,31% em outubro, a maior queda em mais de 15 anos. O principal motivo é a forte redução na imigração para os EUA, que diminuiu a demanda por imóveis locados.

Nick Gerli, CEO da Reventure, afirmou: “a fraqueza no mercado de aluguéis é preocupante. Ela indica uma pressão deflacionária muito maior na economia do que se imagina.” O dirigente do Fed, Stephen Miran, reforçou: “2026 será um ano de queda adicional do IPC.”

A tendência desinflacionária também se reflete em outros segmentos. A OpenBrand, que monitora preços em marketplaces, sites de varejo e lojas físicas, apontou desaceleração dos preços em todos os grupos de produtos, exceto em dispositivos de comunicação.

Fonte: zerohedge

6. Lucros corporativos nos EUA aceleram

Os resultados trimestrais do S&P 500 registraram alta de 18% na comparação anual do terceiro trimestre de 2025, o ritmo mais forte desde o terceiro trimestre de 2021 e, fora da recuperação pós-pandemia, o melhor desde 2018.

Seis dos 11 setores do índice reportaram crescimento médio positivo de lucro por ação (LPA), uma melhora expressiva em relação aos apenas dois setores no trimestre anterior. No Russell 3000, o lucro mediano subiu 11% no mesmo período, também o maior avanço desde 2021. A proporção de empresas superando estimativas está próxima de recordes históricos, mostrando um forte impulso de rentabilidade corporativa.

Fonte: FT, Global Markets Investor

7. O abismo de produtividade entre EUA e Alemanha

Desde o início da década de 1990, a produtividade americana praticamente dobrou, enquanto a da Alemanha cresceu apenas pela metade. Essa diferença é estrutural, de longa duração e sem sinais de convergência no curto prazo.

Fonte: Bloomberg, HolgerZ

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