Bom dia, pessoal do câmbio! Encerramos a semana passada e o mês de setembro com o dólar à vista cotado a R$ 5,0268 para venda. Em setembro, a moeda norte-americana teve alta de 1,53%. As moedas de países exportadores de commodities sofreram perdas na semana e no mês. Dentre outros motivos de estresse, um deles (pelo menos na sexta-feira) foi a fala do presidente do Fed de Nova York, John Williams, que reforçou a visão de que os juros terão que ficar elevados por tempo mais prolongado por lá.
Mas respira que, se depender das notícias do final de semana, hoje o dólar cai. Se não cair, a culpa é do fluxo.
Então vamos ver o que acalma o mercado hoje: 1- A China, nosso principal cliente asiático de commodities. O PMI de setembro subiu e ficou pouco acima dos 50 pontos por lá, abaixo disso mostraria recessão. A atividade industrial deu uma bela subida. Em agosto, a produção das fábricas e o crescimento das vendas no varejo aceleraram e o lucro das indústrias saltou 17,2%. Mas o conselho aqui é que ainda não é hora de "desencanar" e achar que está tudo lindo por lá. A crise de dívida do setor imobiliário continua feia, e precisamos acompanhar de perto. Por enquanto, podem dar uma respirada.
2- Os EUA, o culpado na maioria das vezes pela formação da taxa de câmbio do dólar. Na semana passada, tivemos um ingrediente extra nas incertezas, a possibilidade de o governo americano ter um Shutdown. Não aconteceu! Nos 45 do segundo tempo, eles chegaram a um acordo! Tem sido assim. Agora, que os juros por lá permanecerão mais altos, isso é fato.
No Brasil, mais do mesmo... já é sabido que o carry trade vai diminuir, nossa taxa de juros será cortada no mínimo em 0,5 pp para as próximas duas reuniões de política monetária, e isso já está precificado nesta atual taxa de câmbio. O que preocupa? O fiscal! A capacidade do governo cortar gastos e arrecadar mais e como vai funcionar na prática o novo arcabouço fiscal. Sobre déficit zero, esqueçam, não dá para atingir. Pode diminuir, mas zerar não.
E sobre os juros dos EUA, esses vão ficar mais altos por um tempo, também já precificamos no câmbio, quando no decorrer da semana passada rompemos a barreira dos R$ 5,00 e deixamos operar acima disso por dois pregões seguidos. Agora é acompanhar a agenda de indicadores da semana e ver a reação do mercado a cada índice. Ficar atento a discursos de dirigentes do Fed sobre juros e falas da equipe de finanças (principalmente fazenda e orçamento) brasileira sobre a área tributária.
No calendário econômico para hoje teremos por aqui o tradicional boletim Focus e suas projeções, o IPC da Fipe de setembro, o Caged (índice de evolução de emprego) de agosto e a balança comercial de setembro. Na Europa, a taxa de desemprego de agosto e o PMI industrial de setembro. Nos EUA, discurso de Jerome Powell, chair do Fed, PMI industrial de setembro e mais algumas falas de membros do Fomc.
Ótimos negócios, muito lucro e um feliz outubro para vocês.