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Colapso do Petróleo Ameaça Dividendos de Grandes Petrolíferas Internacionais

Publicado 19.03.2020, 12:55
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Após o rápido colapso recente nos preços do petróleo, o mundo de repente mudou drasticamente para as maiores petrolíferas internacionais e seus investidores. Desencadeada pelo que parece ser a tempestade geopolítica perfeita, bem como pela pandemia de coronavírus e pela guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia, a próxima ameaça a pairar sobre as grandes petrolíferas internacionais é um corte dos seus sólidos dividendos.

Observando seus dividend yields, tudo indica que o mercado já está precificando essa possibilidade. As ações da Exxon Mobil (NYSE:XOM), que despencaram 45% no último mês, e da Chevron (NYSE:CVX), que afundaram 50%, estão rendendo agora mais de 9%. Os papéis da Exxon fecharam o pregão de ontem com uma queda de 10%, a US$ 33,12, ao passo que a Chevron caiu 22%, fechando a US$ 55,05.


Exxon Mobil Weekly Price Chart

A Royal Dutch Shell (NYSE:RDSa), gigante anglo-holandesa que não corta seus proventos aos acionistas desde a Segunda Guerra Mundial, viu uma disparada em seus dividendos de 12 meses para 13% da atual cotação de suas ações. Seus papéis se desvalorizaram 57% nas últimas quatro semanas. A BP (NYSE:BP) oferece um yield de 13,3% depois de suas ações perderem 55% desde meados de fevereiro.

Não há qualquer indicação de que essa situação se estabilizará em breve. Os preços do petróleo aceleraram sua queda, sem qualquer sinal de que o fundo esteja próximo. Os preços do petróleo norte-americano atingiram os menores patamares em 18 anos ontem, na medida em que os governos ao redor do mundo introduziram novas restrições de viagens, sem contar a intensificação da guerra de preços entre russos e sauditas.

Os futuros do West Texas Intermediate – principal referência do petróleo nos EUA – tiveram uma desvalorização de 24%, para US$ 20,37 por barril, atingindo o nível mais baixo desde fevereiro de 2002. Já o britânico Brent, referência mundial do petróleo, caiu 13%, para US$ 24,88 por barril, seu nível mais desde maio de 2003.

Angústia em níveis extremos

Embora o rendimento das ações do setor de petróleo já esteja mostrando sinais de extremo apuro financeiro, é difícil prever quais produtores acabarão seguindo o perigoso caminho de cortar seus sagrados proventos – muitos dos quais já enfrentaram diversos ciclos de baixa, tendo inclusive sobrevivido à crise financeira de 2008.

Darren Woods, CEO da Exxon Mobil, declarou que a empresa “está comprometida com uma distribuição confiável e crescente de dividendos” durante seu dia do investidor, em 5 de março. A companhia elevou seus proventos em cada um dos últimos 37 anos.

Mike Wirth, CEO da Chevron, também reiterou recentemente que o produtor integrado de energia pretende elevar seus proventos anuais por ação pela 33ª vez em 2020.


Chevron Weekly Price Chart

Considerando que alguns desses proventos estão seguros por enquanto, a primeira ação relevante que essas grandes petrolíferas podem tomar para lidar com o enorme choque de preço é retomar o programa adotado em 2014, quando reduziram drasticamente suas despesas e interromperam as recompras de ações.

A Exxon declarou na segunda-feira que estava revisando o andamento de um ambicioso programa de despesas e avaliando cortes significativos depois que sua classificação de crédito foi rebaixada pela S&P Global Ratings. Já a Chevron afirmou na semana passada que estava estudando opções de corte no dispêndio de capital e reduzindo a produção de curto prazo. O diretor financeiro da BP, Brian Gilvary, afirmou que a gigante britânica de energia poderia cortar as despesas em torno de 20% neste ano.

Mas, de acordo com alguns analistas, se o preço do petróleo permanecer ao redor de US$ 35 por barril, pode ser que não haja distribuição de dividendos. O mercado vem reduzindo suas expectativas de distribuição de dividendos para as grandes petrolíferas internacionais nas últimas duas semanas, precificando um corte de 37% em relação aos dividendos de 2019 para as gigantes europeias em 2021.

“Nos últimos ciclos de baixa do petróleo, as grandes petrolíferas de maneira geral não responderam às desafiadoras condições macroeconômicas através de cortes materiais de dividendos”, disseram os analistas do Goldman Sachs em nota, complementando que não esperam um corte por causa do ambiente atual.

Resumo

Sem dúvida as grandes petrolíferas internacionais estão em uma posição extremamente adversa após a repentina queda nos preços do petróleo. Elas não dispõem de muitas opções para lidar com o choque de demanda, a não ser cortar despesas e preservar caixa.

Ao mesmo tempo, é extremamente arriscado apostar em seus crescentes dividend yields e possíveis proventos futuros. Nada está a salvo se a guerra de preços entre russos e sauditas continuar.

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