Bitcoin: rompimento limpo acima de US$ 93 mil pode abrir caminho até US$ 99 mil

• O bitcoin acumula queda de cerca de 25% desde outubro, com saídas de aproximadamente US$ 400 milhões registradas na segunda-feira, após a China reafirmar que as criptomoedas não têm status regulatório e que seu uso para pagamentos segue ilegal.
• A ausência de avanços na política dos EUA e a postergação dos cortes de juros pressionaram os ativos de risco, mas o aumento da probabilidade de um corte de 25 pontos-base pode aliviar parte dessa pressão.
• Os fluxos para ETFs permanecem praticamente estagnados, enquanto a região de US$ 93 mil segue como resistência-chave. Já o suporte em US$ 84 mil delimita a faixa de consolidação até que o sentimento de mercado volte a se definir.

O quarto trimestre deste ano tem sido particularmente difícil para o bitcoin. Desde o início de outubro, a criptomoeda mais negociada do mundo acumula queda próxima de 25%, chegando a mínimas em torno de US$ 80 mil por unidade. O movimento de baixa foi impulsionado por fortes saídas de capital, apenas na segunda-feira, cerca de US$ 400 milhões deixaram o mercado.

O cenário se agravou após o Banco Central da China emitir um alerta direto sobre atividades ilegais associadas ao setor de criptoativos, reafirmando sua postura contrária a operações não regulamentadas.

Nos últimos dias, o impulso comprador que levou o bitcoin novamente acima da marca de US$ 90 mil trouxe algum alívio e reforçou a percepção de que o ritmo das quedas pode estar perdendo força, ao menos no curto prazo.

Os preços listados em nossos artigos são válidos na data de sua publicação.

Fluxo de capital e fatores fundamentais

Durante o fim de semana, a pressão vendedora aumentou de forma expressiva, após novas advertências do Banco Popular da China sobre o mercado de criptomoedas. O comunicado reforçou que os criptoativos não têm status legal nem reconhecimento regulatório no país e que seu uso como meio de pagamento permanece proibido.

Ainda não está claro se as autoridades chinesas adotarão medidas concretas de restrição ou de monitoramento mais rigoroso. Na prática, milhões de usuários continuam acessando plataformas estrangeiras para negociar criptoativos, o que evidencia o descompasso entre a política oficial e sua aplicação efetiva.

Dois fatores fundamentais ajudam a explicar o movimento de queda recente. O primeiro é a postura ainda tímida da nova administração dos Estados Unidos em relação ao desenvolvimento do setor cripto. O segundo é a pausa nos cortes de juros, que reduziu o apetite por ativos de maior risco, categoria na qual o bitcoin se encaixa. Esse fator pode perder força nas próximas semanas, já que o mercado precifica alta probabilidade de um corte de 25 pontos-base até o fim do mês, o que tende a aliviar parte da pressão.

Historicamente, o bitcoin segue ciclos marcados por fortes expansões seguidas de longas fases corretivas, conhecidas como crypto winter. Se o padrão se repetir, uma recuperação sustentada pode ocorrer apenas no último trimestre do próximo ano, com retomada gradual do momentum e potencial aceleração mais expressiva no fim de 2026.

No curto prazo, o fluxo de capital para os ETFs à vista de bitcoin será um indicador crucial. Até o final da semana passada, esses fundos registravam volumes praticamente nulos de entrada, sinalizando demanda institucional enfraquecida. Caso esse quadro persista, a criptomoeda tende a se mover dentro de uma faixa ampla de consolidação em torno de US$ 93 mil, até que compradores ou vendedores retomem o controle do mercado.

Bitcoin tenta interromper ciclo de correção prolongada

A rápida reversão da última onda vendedora reforça uma leitura moderadamente otimista de que a tendência de baixa possa estar próxima de uma pausa. No momento, a região de US$ 93 mil atua como principal resistência. Um fechamento acima desse patamar abriria espaço para um teste da linha de tendência descendente e da próxima zona de resistência, próxima a US$ 99 mil por unidade, configurando um cenário favorável a novas altas.

Caso a resistência se mantenha, o mercado deve entrar em fase de consolidação, com suporte mais próximo em torno de US$ 84 mil. Esse movimento lateral permanece o desfecho mais provável caso os compradores não consigam romper níveis superiores e a pressão vendedora continue ativa.

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