Contagem de tempo da Selic restritiva por prazo “bastante prolongado” não zera a cada reunião, diz Galípolo
- O ouro inicia dezembro em alta, sustentado pelas apostas em cortes de juros pelo Fed e pela forte demanda de bancos centrais.
- A resistência próxima de US$ 4.275 será decisiva para indicar se os compradores conseguirão manter o rompimento.
- O avanço dos rendimentos dos títulos japoneses e a redução dos riscos geopolíticos podem testar a resiliência do ouro.
O ouro começou o mês de dezembro em terreno positivo, acumulando alta próxima de 1% nas negociações da manhã em Londres. O metal amplia o movimento de valorização observado em novembro, quando encerrou seu quarto mês consecutivo de ganhos, sustentado por uma alta semanal de 3,75%. Ainda assim, o preço segue cerca de 3% abaixo do recorde histórico de US$ 4.381 atingido em outubro, enquanto a prata renovou máximas após saltar 12,8% na semana anterior. O principal ponto de atenção entre os traders é se o ouro encontrará suporte em um dólar mais fraco ou se os rendimentos em alta no Japão pressionarão o metal, como ocorreu com as bolsas asiáticas.
Fundamentos que sustentam o ouro
Sob a ótica fundamentalista, a expectativa de cortes iminentes de juros pelo Federal Reserve segue como o principal vetor altista para o ouro, reforçada por incertezas políticas e geopolíticas persistentes. No lado da demanda, o metal tem se beneficiado da tendência de desdolarização e do aumento contínuo das compras de ouro por bancos centrais, com destaque para o Banco Popular da China (PBoC). Esse movimento consolidou o ouro como ativo de reserva estratégica em um cenário de instabilidade global.
Riscos para os preços
Ainda não está claro se o ritmo de compras do PBoC será mantido. Qualquer sinal de desaceleração nas aquisições pode levar à realização de lucros e à redução das posições compradas alavancadas. Paralelamente, a redução do prêmio de risco geopolítico após avanços diplomáticos entre Rússia e Ucrânia pode diminuir a busca por ativos de proteção, especialmente se houver uma perspectiva real de cessar-fogo. O mesmo vale para a trégua comercial entre China e Estados Unidos e para o recente cessar-fogo em Gaza, fatores que tendem a reduzir a atratividade dos ativos de refúgio.
Apesar disso, o ouro tem se mantido resiliente, apoiado pela fraqueza do dólar e pela queda dos rendimentos dos Treasuries diante de dados econômicos mais fracos nos EUA. No entanto, o mercado monitora o aumento das taxas de juros no Japão, após comentários mais duros do presidente do Banco do Japão (BoJ). Se os yields japoneses continuarem subindo, podem gerar volatilidade generalizada, elevar custos de financiamento e incentivar operações de “reverse carry trade”, o que afetaria ativos globais, incluindo ouro e prata.
Análise técnica: ouro mantém viés positivo, mas enfrenta resistência-chave
Do ponto de vista técnico, o momentum permanece favorável ao ouro, que fechou novembro com o quarto mês seguido de valorização e iniciou dezembro com força compradora. No gráfico diário, o padrão segue altista, apoiado por médias móveis ascendentes. A média móvel exponencial de 21 dias voltou a subir após um período de consolidação, e o metal rompeu um triângulo de convergência, padrão clássico de rompimento técnico.
O ponto de decisão está na zona de resistência entre US$ 4.245 e US$ 4.275, que atuou como suporte e resistência em movimentos anteriores e coincide, no gráfico horário, com a última grande onda de venda de outubro. Caso o ouro não consiga romper essa faixa, pode recuar inicialmente para US$ 4.200, com suporte seguinte em torno de US$ 4.168. Por ora, não há sinais claros de pressão vendedora, mas o comportamento próximo à resistência será determinante.
Com o impulso de alta ainda forte e a prata renovando máximas históricas, o viés técnico permanece favorável aos compradores. Ainda assim, a queda das bolsas globais representa um risco, nos últimos anos, ouro e ações têm exibido correlação positiva, o que significa que um recuo mais amplo nos mercados acionários pode limitar novos avanços do metal.
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