Boi gordo: Exportações, abates e disponibilidade interna

Publicado 21.10.2025, 13:00

Setembro começou com preços firmes para arroba boi gordo. Entretanto, ao longo do mês, o cenário mudou em função da boa oferta de animais terminados frente à demanda dos frigoríficos, que tinham parte relevante das escalas com animais próprios ou de parcerias, o que colaborou para pressão de baixa nos preços.

Entre o início e o final de setembro, a arroba do boi gordo cedeu 2,1%, considerando a praça de São Paulo.

Exportações

O volume de carne bovina in natura exportada pelo Brasil em setembro foi o maior da série histórica, segundo dados da Secex. Foram enviadas 314,7 mil toneladas, volume 25,0% maior que o registrado em setembro de 2024. 

A receita totalizou US$1,8 bilhão, valor 55,6% maior na comparação anual. O preço médio da tonelada foi de US$5,6 mil, um aumento de 24,5% frente ao mesmo período do ano passado.

A China foi o principal destino da carne bovina brasileira, recebendo 59,5% de todo volume exportado pelo Brasil, seguido pelo México, que comprou 4,2% e das Filipinas, com 4,0% do total.

No acumulado de janeiro a setembro de 2025, o Brasil exportou 2,15 milhões de toneladas, volume 16,3% superior ao do mesmo período de 2024. 

Até a terceira semana de outubro foram exportadas 201,3 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 15,5 mil toneladas, a maior média da série histórica. 

Abates

Em setembro, foram abatidas 2,6 milhões de cabeças, de acordo com dados preliminares do SIF, o que representa um aumento de 0,8% em relação a agosto e 12,3% frente a setembro do ano passado.

O volume de machos enviados para o abate totalizou 1,7 milhões de cabeças, alta de 6,0% em relação a agosto e de 3,2% na comparação anual. Foi a primeira vez em 2025 que o volume de machos enviados para o gancho foi maior que no mesmo período de 2024.

Já em relação às fêmeas, foi segundo mês consecutivo de queda no número de animais enviados para o abate frente ao mês anterior. Esse cenário é historicamente comum no segundo semestre, já que no primeiro semestre o volume aumenta devido às fêmeas que são descartadas após o período de monta. 

Apesar disso, na comparação com setembro de 2024, a quantidade de fêmeas abatidas cresceu 33,7%. 

Considerando os nove meses de 2025, o volume total de animais abatidos foi 3,9% maior que em 2024, totalizando 22,6 milhões de cabeças. A participação de fêmeas foi de 42,1%, aumento de 4,4 pontos percentuais na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Segundo dados consolidados do IBGE, no primeiro semestre de 2025 foram abatidas 20,4 milhões de cabeças sob algum tipo de inspeção, o que representa um aumento de 4,5% em relação ao mesmo período de 2024. O número de machos abatidos foi 3,5% menor, totalizando 10,23 milhões, enquanto o de fêmeas apresentou alta de 14,2% chegando a 10,16 milhões.

Figura 1. Variação da quantidade de bovinos abatidos em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Fonte: IBGE/ HN AGRO

Considerações finais

Apesar do aumento no número de animais abatidos, as exportações recordes vêm colaborando para reduzir a disponibilidade interna de carne bovina. Considerando um acumulado de 12 meses, setembro registrou o segundo mês consecutivo de queda na disponibilidade interna, com diminuição de 4,9% em relação a agosto (acumulado de 12 meses).

Considerando os dados oficiais de produção de carne no primeiro semestre de 2025, a disponibilidade interna foi 2,3% menor na comparação com o mesmo período de 2024. Para este cálculo simplificado, usamos produção e exportações. 

Dessa forma, mesmo sem queda na produção, observa-se um início de diminuição da oferta de carne bovina no mercado interno. Na nossa visão, com o início da queda de fêmeas disponíveis para os abates, a tendência é de que essa oferta diminua ainda mais, o que pode ser um dos fatores que devem colaborar para um cenário de mercado mais firme.

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