Os preços da arroba do boi gordo vêm esboçando certa reação neste final de junho. Apesar disso, o primeiro semestre se encerra com os valores em forte queda. E essas desvalorizações mantiveram muitos pecuaristas em alerta ao longo desse período, que foi marcado por oferta maior de animais para abate e pela suspensão – de um mês – nos envios de carne bovina ao principal destino da proteína nacional, a China. No acumulado da parcial deste ano (de 29 de dezembro de 2022 a 27 de junho de 2023), o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 registra queda de 10%. Segundo levantamento do Cepea, a baixa foi causada por fatores produtivos e econômicos, dentre eles o maior investimento na produção pecuária nos últimos anos, que resultou em aumento na oferta de animais. Outro fator que aumentou a pressão sobre as cotações é o ainda baixo consumo de carne bovina no mercado interno, sobretudo nos primeiros meses do ano. Agentes consultados pelo Cepea afirmam estar confiantes de que a procura interna pela carne se aqueça no segundo semestre, fundamentados pelos atuais preços mais competitivos da carne.
SUÍNOS: DEMANDA AUMENTA, E ANIMAL VIVO E CARNE SE VALORIZAM
Os valores pagos pelo suíno vivo posto na indústria e os da carne negociada no atacado estão subindo nesta segunda quinzena de junho em todas as praças acompanhadas pelo Cepea, movimento atípico para este período. Segundo pesquisadores consultados pelo Cepea, essa reação é resultado do aquecimento da demanda. Ressalta-se que, sazonalmente, estações mais frias tendem a elevar o consumo de proteínas consideradas mais energéticas, como é o caso da suinícola. Além disso, eventos festivos típicos do mês de junho também reforçam a demanda pela carne.