Nos Tempos da Mãe Dináh
O Brasil acabou.
Ou está em vias de.
Se não aprovarem a reforma da Previdência nos próximos três dias, uma maldição vai assolar as terras brasileiras: produtos vão faltar nas prateleiras, a Netflix vai sair do país, vamos perder a vaga na Copa, o Wagner Moura será o novo ministro da Fazenda e 2 por cento da população brasileira vai desaparecer misteriosamente pra nunca mais voltar.
Se espremer as páginas da “mídia especializada” hoje, sai uma mistura de lágrimas e sangue.
Os ativos brasileiros estão muito caros e “não está muito claro o que vai acontecer no futuro”.
Sinto saudades de quando a Mãe Dináh não errava uma.
Todo mundo sabia o futuro de cor e salteado, ninguém nunca perdia dinheiro na Bolsa e as casas de análise mais conceituadas do mundo não tinham que fazer matérias tentando explicar porque erraram o comportamento das commodities.
Bons tempos quando os políticos eram honestos, os preços razoáveis, as crianças respeitavam os mais velhos e o futuro era previsível, já diria o Baz Luhrmann .
Mas, como é fim de semestre, é um dia bom pra pensar no que passou e no que passará.
A inflação passou, a reforma trabalhista tem cara de que vai passar e a da Previdência… bem, essa talvez não passe. Meirelles tá confiante na idade mínima, só falta combinar com os russos (ou seriam "soviéticos", Temer?).
Que Venha o Novo
Desemprego finalmente deu um sossego e, pela primeira vez em muito tempo, deu uma caidinha – agora são “só” 13,3 por cento de desempregados. É coisa pouca, mas é um começo – qualquer objeto em movimento precisa parar antes de inverter o movimento.
Marcos Lisboa falou em algum evento no ano passado: “O que se vê é uma batalha entre o Brasil Novo e o Brasil Velho”.
O Brasil Velho gosta do corporativismo, da meia-entrada, do Estado enorme. Gosta do preço tabelado.
No Brasil Novo, se discute a privatização, o fim da farra das contas públicas e novos limites para a previdência.
O futuro continua incerto, como sempre foi e sempre será – a psico-história é só uma obra de ficção (brilhante) de Isaac Asimov. Não sei qual Brasil vai surgir em 2019. Seja qual for, ele vai sair das urnas. Há que se decidir entre a Venezuela e Coreia do Sul.
Não há mais espaço para seguir sendo Brasil.
Como realização pessoal, consegui fazer o Felipe citar “Watchmen” no Daily de ontem e isso dá mais orgulho do que quando fui vice-campeão de sinuca no 1º campeonato de jogos de boteco da FEA-RP.
Patrick errou uma 15 fácil e entregou o título no final…
Bem, o passado não se muda, só se esquece.
Com o Dinheiro dos Outros
De acordo com Milton Friedman, existem quatro formas de gastar dinheiro.
- Gastar o seu dinheiro com você mesmo: menor custo e máxima qualidade
- Gastar o seu dinheiro com os outros: menor custo e mínima qualidade
- Gastar o dinheiro dos outros com você: maior custo e máxima qualidade
- Gastar o dinheiro dos outros com os outros: maior custo e mínima qualidade
Os políticos gastam sempre o dinheiro dos outros.
Quando é com eles mesmos temos salários nababescos, aviões luxuosos, comida e bebida da boa.
Quando gastam com os outros, os resultados são péssimos serviços de saúde, transporte e educação. Custa caro pra caramba para os cofres públicos (ao contrário do que pensa a turma vermelha, não precisa de mais verba) e traz pouquíssimos benefícios para a população.
"A sociedade não pode pagar por vagabundo, em particular, no serviço público.”
A já clássica frase de Wilson Ferreira, CEO da Eletrobrás, é o resumo de por que esse Novo Brasil tem que surgir.
Vale para funcionários da Eletrobras (SA:ELET3), da Petrobras (SA:PETR4) e vale pra qualquer servidor público – não dá para a sociedade continuar pagando pelos vagabundos que não fazem nada.
É claro que tem o cara que trabalha, que se dedica e merece o salário que ganha e, se você for esse, não perca seu tempo me escrevendo e me xingando, não vista a carapuça. Não falo sobre você, mas sim sobre o seu colega que nada faz e muito custa.
Em meio a isso, Temer cede a pressões do presidente da CCJ da Câmara e promete trocar o presidente de Furnas pra conseguir um pouco de apoio nas batalhas que virão.
Marco Aurélio Mello, o mesmo que afastou Renan da Presidência do Senado há poucos meses, disse que “mandato é coisa séria” e devolveu a cadeira de Aécio no Senado.
De acordo com a Marília (já encomendou o livro dela?), hoje é o Dia do Asteroide.
Dá pra rezar e pedir aos céus um bem grande pra gente começar tudo de novo?
PS: Tá rolando manifestação da CUT greve geral. Mas quem se importa?
Se o Asteroide Não Cair
Ainda estamos dando aquela força pra você e pra equipe de vendas – até o fim do dia, tá rolando a promoção 3x1 para produtos essenciais aqui da casa.
Se o asteroide não cair, você já vai garantindo seu futuro financeiro – do jeito que vai a política, é melhor você mesmo cuidar do seu futuro e começar a fazer seu pé-de-meia.
Numerologia