Depois de operarem em baixa durante boa parte de maio, as cotações do café arábica tiveram forte recuperação na última semana do mês, voltando a fechar acima dos R$ 400,00/sc. Segundo colaboradores do Cepea, esse movimento esteve atrelado à expressiva elevação dos futuros da variedade na Bolsa de Nova York (ICE Futures), devido a movimentos técnicos, à desvalorização do dólar frente ao Real e a preocupações com o clima mais frio e úmido e com a consequente qualidade dos novos cafés no Brasil. Na terça-feira, 4, o Indicador CEPEA/ESALQ do café tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 427,58/saca de 60 kg, expressiva alta de 6,6% em relação à terça anterior, 28 de maio, e o maior patamar desde 11 de fevereiro deste ano, em termos reais (IGP-DI de abril/19). Com a valorização do arábica, compradores e vendedores voltaram ao mercado, elevando fortemente a liquidez interna. Quanto ao robusta, os preços também subiram, impulsionadas pelo ganho externo na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe). A liquidez, no entanto, foi menor do que a observada para o arábica, uma vez que parte dos produtores aguarda novas valorizações para negociar maiores volumes. O Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 voltou a operar próximo dos R$ 300/saca de 60 kg, o que não era visto desde março deste ano. Nessa terça-feira, 4, o Indicador fechou a R$ 302,37/sc de 60 kg, avanço de 5% em relação à terça anterior, 28.
ARROZ: INDICADOR SEGUE NA CASA DOS R$ 44/SC HÁ QUASE UM MÊS
O Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, está sendo fechado na casa dos R$ 44,00 por saca de 50 kg desde o dia 7 de maio. Nessa terça-feira, 4, fechou a R$ 44,65/sc de 50 kg. Segundo pesquisadores do Cepea, essa firmeza pode estar atrelada ao fato de alguns produtores darem preferência às negociações envolvendo soja, milho e gado, em detrimento do arroz. Em maio, a média mensal, de R$ 44,22/sc de 50 kg, esteve 5,8% superior à de abril/19 – a maior desde outubro de 2018, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de abr/19). Em comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento é de 12,8%.
ALGODÃO: LIQUIDEZ DIMINUI AINDA MAIS; COTAÇÕES RECUAM 2,6% EM MAIO
A comercialização de algodão em pluma diminuiu no mercado spot nos últimos dias, refletindo a expectativa de agentes quanto ao aumento da oferta da nova safra do Cerrado. Segundo colaboradores do Cepea, os negócios efetivados têm envolvido pequenos lotes da temporada 2017/18. Indústrias seguem trabalhando com o produto adquirido por meio de contrato, ofertando preços menores para novos fechamentos. Tradings, por sua vez, ora ofertam algum lote no mercado interno, ora se retraem. Cotonicultores permanecem focados no desenvolvimento das lavouras e no aguardo da colheita. Entre 30 de abril e 31 de maio, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, caiu 2,58% e, no acumulado ano (de 28 de dezembro a 31 de maio), 6,32%. A média de maio, de R$ 2,8821/lp, é 1,65% inferior à de abril/19 e expressivos 24,05% menor do que a de maio/18, em termos reais (IGP-DI de abril/19). De 28 de maio a 4 de junho, especificamente, o Indicador recuou ligeiro 0,3%, fechando a R$ 2,8661/lp, na terça-feira, 4.