O avanço da colheita de café nas principais regiões produtoras do Brasil tem mantido os preços do grão em queda, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, voltou a operar abaixo de R$ 2.200/saca de 60 kg nesta semana, o que não acontecia desde dezembro/24, em termos nominais. No acumulado da parcial de junho (até o dia 16), a retração é de 7,2%. Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, acumula queda ainda mais intensa no mês, de 8,65% (também até o dia 16), voltando a fechar abaixo dos R$ 1.300/sc, patamar de agosto/24. Levantamento do Cepea mostra que, até o fim da última semana, a colheita do arábica somava entre 20% e 25% do esperado. Para o robusta, as atividades se aproximam da metade – destaca-se que a safra desta variedade deve superar as 20 milhões de sacas, compensando a menor produção do arábica em 2025/26.
ARROZ: Com novas baixas, Indicador volta a patamar de fevereiro/22
Com novas quedas, o Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) volta a operar nos patamares de fevereiro/22, em termos nominais, conforme apontam levantamentos do Cepea; a média dessa segunda-feira, 16, foi de R$ 65,98/saca de 50 kg. Segundo o Centro de Pesquisas, o mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul continua enfrentando um cenário de baixa liquidez e redução nos preços ofertados por compradores. Representantes de indústrias alegam que precisam preservar margens no repasse do arroz beneficiado, sobretudo em um ambiente de demanda internacional enfraquecida. Assim, pesquisadores explicam que os poucos negócios fechados são, motivados pela necessidade de agentes em cumprir com compromissos financeiros. Quanto à safra brasileira 2024/25, a produção está estimada em 12,15 milhões de toneladas, avanço de 14,79% em relação à temporada anterior, de acordo com dados divulgados pela Conab neste mês.
ALGODÃO: Primeiras áreas da safra 24/25 começam a ser colhidas
Com expectativa de produção recorde, a safra de algodão 2024/25 começa a ser colhida, aos poucos, no Brasil. Enquanto isso, levantamentos do Cepea mostram que as negociações seguem lentas no spot nacional e os preços, estáveis. O dólar tem se desvalorizado frente ao Real, o que, somado aos recuos nas cotações internacionais, pressiona a paridade de exportação e, consequentemente, afasta vendedores domésticos de novos negócios, mesmo diante da entrada da nova safra. Compradores, por sua vez, ficam ativos no spot apenas quando há necessidade mais urgente de renovar estoques. Em relatório divulgado no último dia 12, a Conab apontou novos reajustes positivos na produção brasileira de pluma da temporada 2024/25, de 0,2% frente aos dados de maio/25 e de 5,7% em comparação à safra 2023/24, podendo chegar a 3,913 milhões de toneladas.
CUSTOS AGRÍCOLAS: Conflito entre Irã e Israel traz preocupações a setor agrícola
O recente conflito entre Irã e Israel traz preocupações ao setor agrícola brasileiro, à medida que deve influenciar a oferta global de fertilizantes e, consequentemente, os preços de alguns insumos, indicam pesquisadores do Cepea. O Irã é um dos principais produtores mundiais de amônia anidra, que, por sua vez, é matéria-prima para produção de fertilizantes nitrogenados, como a ureia. O país é atualmente responsável por cerca de 7% a 8% da ureia produzida no mundo. Pesquisadores do Cepea indicam que, diante disso, produtores brasileiros de culturas que dependem de ureia, tais como milho, algodão, arroz, café e citros, temem possíveis novos aumentos nos custos de produção.